A obra, que mede 26,2 por 19,4 centímetros, é composta por uma fotografia disposta na vertical e uma moldura plástica na cor laranja. A moldura tem friso com múltiplas linhas retas. A imagem apresenta a parede de um banheiro localizado na universidade FEEVALE. Na parte inferior da fotografia tem uma cuba verde de cerâmica esmaltada de piso recortada pela fotografia. Sobre ela tem uma torneira de água fria metálica na cor prata. No centro, aparecem diversos azulejos com fundo cinza e motivos florais coloridos no eixo da peça. Acima da cuba, na lateral direita, tem um suporte plástico transparente de sabonete líquido fixado na parede. Na parte superior, tem um espelho com moldura reta de pouca espessura. Nele, aparece parte da testa e da cabeça da artista. Acima, o espelho reflete o que está atrás de Mariane, duas portas verdes, uma aberta e outra fechada com almofada negativa. Na aberta, aparece o sistema antigo de descarga com a caixa externa superior na cor branca. Os marcos das portas são verdes.
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Textos críticos
Texto Crítico
A fotografia pertence à série Meu Ponto de Vista, desenvolvida durante as pesquisas de mestrado da artista Mariane Rotter. É a revelação do ponto de vista da artista cuja estatura alcança 130 centímetros de altura. A fotografia ganha a mesma moldura dos espelhos de banheiro na cor laranja frequentemente utilizados. Mariane troca o espelho pela fotografia, parecendo convidar o observador a se aproximar do espaço por ela apresentado. Na imagem a artista compartilha o seu cotidiano ao mesmo tempo que ao observador é possibilitado o questionamento sobre as razões do recorte na representação de Mariane. O que não se encaixa nessa imagem? Se a moldura remete à ação comum de se observar no espelho em um banheiro, por que a artista não consegue se ver? Nesse sentido, o que parece ser enquadrado são os questionamentos sobre a acessibilidade do espaço e os modos implícitos de exclusão presentes no cotidiano de Mariane Rotter.
