Comentários/Dados históricos
Esta obra é parte integrante da exposição Halo, que foi selecionada e recebeu a Menção Honrosa no 1º Prêmio IEAVI de Incentivo às Artes Visuais da Secretaria de Estado da Cultura e do Instituto Estadual de Artes Visuais. A exposição aconteceu de 13 de setembro a 16 de outubro de 2011, na Galeria Augusto Meyer, da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre/RS.
Halo é a continuidade e ampliação de uma instalação chamada Livro das Tentações, realizada no prédio I do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, no âmbito da Bienal B de 2010. Ela deve ser entendida inicialmente como uma instalação, ou seja, um espaço da experiência, das relações, das justaposições, da mistura e da diferenciação que ocorrem no encontro entre a obra e o local que esta ocupa.
Halo estruturava a poética de todas as obras em torno de um mito de criação da vida que, assim como a exposição, era dividido em duas versões, como uma dissidência originária, com substanciais variações: na primeira, sua ocorrência é em um inóspito deserto; a segunda, no mar luxuriante. A presente foto faz parte da segunda versão.
texto da Exposição de autoria da Ío:
Um mito de criação sem criador, estruturado no equilíbrio de forças conflitantes, leis simples e exponencialmente recombinantes. Uma narrativa que, no decorrer do tempo, perdeu as palavras, tornando-se apenas imagens, sem que ninguém saiba sua ordem ou seu significado. Há, nas versões mais arcaicas, uma dissensão de região a região, manifestando-se tanto na variação das marés quanto no movimento das dunas no deserto. Não há conflito nesta aparente divergência, mas o entendimento de que as leis são mais relevantes do que o desencadeamento dos eventos. Esse mito criador foi gradualmente se condensando em símbolos, como o eclipse solar e os círculos concêntricos de uma pedra jogada em um lago, as variações de luz em uma montanha, ou um halo criado por refração. Ao se retornar às narrativas originais, há o entendimento de que estas são projeções de uma ou mais realidades inacessíveis, sombras, simplificações de estruturas mais complexas, e que a tentativa de nosso entendimento em relação a estas, embora não possa apreendê-las, ecoa sua natureza.
(por ÍO)
