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“A possibilidade de uma imagem ser icônica (o que faz determinada imagem ter um valor de uso), assim como a possibilidade de destruir esse ícone (numa estratégia iconoclasta), é o meu principal foco ao trabalhar com imagens. De que forma se constrói a leitura específica das imagens? Quão dependente de outros fatores é essa leitura? Considerando esta dependência, uma imagem nunca vale por si só? Essa característica, de certa forma, fluída e instável das imagens, pois à mercê do que se quer fazer delas e do que as acompanham, é também o seu potencial de fazer imaginar? O uso comum das imagens, com leituras direcionadas e fixas, é o fim deste potencial de fazer imaginar? Contrastar ideias (imagens) é uma forma de permanência do potencial de imaginar das imagens?” (BRANDELLI, 2021, p.09). Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/234772 , Acesso em 14 de junho de 2022.
| America (Anitta), 2018. Impressão fotográfica montada em pôster. Disponível em: https://luisabrandelli.com/Anitta , Acesso em 14 de junho de 2022.
| "Nos dias de hoje ainda ecoa a voz de Hélio Oiticica proferindo: "o museu é o mundo". As novas gerações de artistas podem ouvir essas palavras como uma constatação, como uma profecia ou simplesmente como uma dica. Tudo que é mundano interessa à Luísa Brandelli. Ela anda atenta pelas ruas em busca de algum encontro, de alguma coisa que a surpreenda. Quando estes se apresentam a tarefa começa. Como representar estes instantes? Como reapresentar os materiais, objetos ou palavras que a afetaram para que o momento da descoberta possa reacender-se? A sua escolha é criar um pequeno comentário, dar uma "ajuda" a estas potências. Suas ações se referem aos procedimentos técnicos, à escolha exata dos materiais, aos títulos das obras e aos lugares e formas de exibição. São provocações críticas que não se colocam em primeiro plano cabendo ao observador procurar os sentidos. Além disso, a artista busca aproximações tangenciais, evitando encaixes precisos que definam ou expliquem essas escolhas. Ela deixa um espaço que precisa ser completado e ao mesmo tempo exala a pergunta: vocês estão vendo o que eu estou vendo? Como se quisesse testar ou confirmar seu momento de epifania. Ela tem a certeza de que se, por algum artifício, seu comentário fosse enfático, o estranhamento desapareceria em troca de uma caricatura rápida e óbvia. Para tanto é preciso ter cuidado para mostrar somente o essencial." (JAILTON MOREIRA). Disponível em: https://luisabrandelli.com/Texto_Jailton_Moreira , Acesso em 28 de julho de 2022.
