Descrição
Próxima pintura, pintura próxima apresenta-se como uma celebração da pintura em si e também das parcerias entre os artistas. Ao mesmo tempo, presta homenagem a Gelson Radaellli, precocemente falecido em novembro de 2020, no ano em que completava 60 anos. A mostra combina obras do acervo do MACRS, do MARGS e das coleções dos próprios artistas, incluindo trabalhos inéditos, alguns deles concebidos especialmente para a ocasião.
A proximidade anunciada no título pressupõe diferentes camadas de sentido. Próxima pintura, pintura próxima faz alusão a uma exposição que vinha sendo idealizada por Gelson Radaelli, Marilice Corona e René Ruduit, mas que não chegou a se delinear. Companheiros de ofício e geração, irmanados na paixão pelas possibilidades da figuração pictórica, não tiveram tempo de levar adiante o que imaginavam: algo que fosse uma espécie de continuidade das mostras Sobre tela (2001) e Pintura: modos de usar (2013), que haviam reunido pinturas de Adriano Rojas, Claudia Barbisan, Eduardo Haesbaert, Frantz, Gerson Reichert, Ricardo André Frantz e Richard John, entre outros artistas. Com a inesperada morte de Radaelli, a exposição que mal começava a se esboçar torna-se uma homenagem a ele. Daí a extensão do convite a Fabio Zimbres, que compunha com Radaelli e Haesbaert o grupo Casa do Desenho.
O mote curatorial Próxima pintura, pintura próxima evoca, dessa forma, os projetos pendentes, apenas idealizados, a pintura mesma que está por se fazer, os laços afetivos e intelectuais que atam os artistas, as inquietações e os interesses que comungam, a conversa entre os próprios trabalhos e seus processos de invenção, os debates que emanam dali. Daí a presença, na exposição de pinturas, de desenhos e de trabalhos inacabados.
Uma outra camada se agrega a essas pela aproximação desse primeiro grupo de artistas, que despontou entre os anos 1980 e 90, com representantes de uma nova geração, também atuante no estado e que, por vezes, têm ali uma referência: Andressa Pacheco, Marcelo Bordignon, Mariana Riera e Pamela Zorn Vianna. Seus trabalhos atualizam questões ligadas à imagem figurativa e apontam para ainda novas possibilidades da pintura na contemporaneidade.