Quando tinha 68 anos, João Otto Klepzig foi reduzindo o ritmo de trabalho que desenvolvia na área comercial, mesclando com aulas de escultura no Atelier Livre, até encerrar por completo as atividades profissionais aos 77, quando então se deu a entrega total a essa arte.
No início as aulas no referido Atelier da Prefeitura de Porto Alegre eram apenas uma noite por semana, depois duas, três, e dessa maneira foi buscando se tornar artista. De 2002 até hoje João, sob orientação do escultor Caé Braga, vem participando de cursos e oficinas no Museu do Trabalho de Porto Alegre.
O artista conta que a ideia de usar cabeças, surgiu no MARGS, observando uma gravura que mostrava uma cabeça com as orelhas enormes. Aquilo o inspirou a tentar fazer esculturas em padrões mais desestruturados.
Klepzig procurou então passar para a argila as expressões humanas capturadas por sua observação e análise. Em 2007 iniciou a fundir as cabeças em bronze, o que valorizou ainda mais seu trabalho, realçando a beleza e os traços observados. Em 2012 começou a colorir as cabeças com cores vivas, o que lhes conferiu um visual inédito.
Durante o desenvolvimento de seus estudos e experiências, João Otto Klepzig tratou de desestruturar as formas e os traços, sempre na tentativa de realçar e conferir maior força às suas linhas. Essas interferências buscaram, assim, imprimir diferentes expressões do rosto humano, interpretadas sob múltiplas visões.