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Operação Caverna
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Miniatura
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Número de registro
MAC0003
Título
Operação Caverna
Autoria
Ano
1987
Denominação
Dimensões
66 x 73 x 25 cm
Notas descritivas
A escultura em assemblagem possui formato circular, medindo 73 cm de comprimento, 66 cm de largura e 25 cm de altura. Ela alude ao formato de um vulcão e sua estrutura é composta de resina, espuma, tecido, arame, tinta a óleo e linha de costura. Sua composição cromática é em tons terrosos. O tecido que envolve o objeto possui saliências em costuras repuxadas e sua textura é levemente áspera e rígida.
Texto para etiqueta
LIA MENNA BARRETO
(Rio de Janeiro,RJ, 1959)
Operação Caverna, 1987
Arame, espuma, resido e tinta acrílica, 66 x 73 x 25 cm
Doação Justo Werlang
Aquisição
Aquisição por doação de Justo Werlang
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
O trabalho Operação Caverna foi feito num contexto de produção artística (anos 1980) de grande experimentação com diferentes materiais. Nessa época, muitos artistas estavam interessados em testar os limites da arte através do uso de materiais ordinários, perecíveis, descartáveis, retomando algumas discussões iniciadas no dadaísmo e na arte povera. No caso dessa obra de Lia, a artista utiliza materiais como borracha, espuma e tecido para construir um objeto indefinido, circular, tridimensional, com uma espécie de furo ou boca central, a ser fixado na parede. Ao objeto é atribuído o título Operação Caverna, que remete ao universo de filmes e desenhos animados. Essa associação proporciona uma sensação entre divertida e incômoda, um estranhamento próprio da obra da artista, que tensiona a ligação trivial entre infância e idílio.
Nesse sentido, é interessante observar Operação Caverna no contexto da produção da artista, que frequentemente vale-se de objetos ligados ao universo infantil como bonecas, pelúcias, bichos de borracha, entre outros, no desenvolvimento de suas obras. São trabalhos que apontam justamente para as ambiguidades da infância, suas experimentações de perversidade, transgressão e medo.
Autoria
Comentários/Dados históricos
A obra é datada de 1987, de autoria da artista Lia Menna Barreto (1959, Rio de Janeiro/RJ), e intitulada "Operação Caverna". O trabalho é uma escultura em relevo, com resina, tecido, arame e pintura a óleo. Operação Caverna foi a leilão no ano de 2021, momento em que foi adquirida por um colecionador e, posteriormente, doada ao acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), em 2022. A peça foi apresentada ao público, como acervo do museu, na exposição comemorativa de 30 anos do MACRS, “Matéria Difusa”, com curadoria de Gabriela Motta.
Exposições e prêmios
- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6 º andar, Casa de Cultura Mário Quintana. Porto Alegre, RS, 2022.
|- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS, Recorte Corporificações. Galeria Municipal de Arte Gerd Bomheim, Caxias do Sul, RS, 2022.
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Lia Menna Barreto (Rio de Janeiro/RS, 1959) , Sem título , Relevo e técnica mista com resina, tecido, arame e pintura a óleo , 1987 -med. 75 cm maior medida(wish list MAC). Disponível em: https://www.danielchaiebleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=9620720. Acesso em 16 de abril de 2022.
|Live com Felipe Caldas - Geração anos 80 | Programa Público Lia Menna Barreto: A boneca sou eu. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZmTuANxgyS8. Acesso em 16 de abril de 2022.
|Escultura em espuma 1987. Disponível em: https://lia-mennabarreto.blogspot.com/2008/01/blog-post_28.html. Acesso em 16 de abril de 2022.
|"Podemos identificar procedimentos de femmage na obra da artista Lia Menna Barreto, principalmente, pela recorrência da prática diária de coleta de materiais e objetos, além da utilização de recorte, colagem, costura e reciclagem nos trabalhos que são manufaturados a partir dos mesmos gestos diários provindos das atividades realizadas por mães e donas de casa. A artista costuma criar também em suas instalações formas abstratas e decorativas com procedimentos que têm origem nas artes decorativas. Segundo Schapiro e Meyer (1978:68) os objetos funcionais decorativos como bordados, colchas, tapetes e livros de recorte, historicamente, resguardam mensagens implícitas e servem de suporte para aludir a um alinhamento político, para discutir as relações amorosas e, até mesmo, para estampar um pedido de ajuda. Frequentemente os espectadores dessas obras são a própria família e amigos próximos à sua autora". (JUNQUEIRA, 2020, p.80). Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/221944. Acesso em 16 de abril de 2022.
|"Há uma atração que conjuga fascínio e desconcerto no encontro com a produção de Lia Menna Barreto. Em um primeiro contato, suas obras são capazes de acionar sentidos díspares, despertando sensações que se alternam entre delicadeza e brutalidade, afeto e crueldade, ternura e perversidade, perplexidade e ironia. Partindo em grande parte da apropriação de brinquedos infantis, bonecas de plástico, bichos de pelúcia e animais de borracha, seus trabalhos operam no limite do tensionamento da quase violação dos universos lúdico, infantil e mesmo feminino." (DALCOL, 2021, p. 04). Disponível em: https://acervo.margs.rs.gov.br/atividades-do-margs/lia-menna-barreto-a-boneca-sou-eu-trabalhos-1985-2021/. Acesso em 05 de janeiro de 2023.
|“[...] Há que se considerar que suas escolhas incidem sobre objetos inteiramente despretensiosos. Pelo contrário, a artista prefere trabalhar com uma coleção de coisas do universo kitsch, lúdicas por excelência, sem qualquer vocação para a funcionalidade. Seus objetos não são “sérios”. Nem necessários. São divertidos, engraçados, esquisitos. O dado bem humorado se acentua ainda mais quando se vê o resultado da ação da artista sobre eles. Ela os amassa, perfura, derrete, com a mesma determinação dos artistas plásticos que trabalham com materiais convencionais. Em tudo, vê linhas, formas, cores, texturas, e gosta de sentir a densidade e a resistência dos materiais. Sua ação é física. É, para ela, quase impossível aproximar-se dos objetos pela via das relações conceituais. Por esse motivo, age tão vigorosamente sobre eles, alterando suas formas, estruturas e contornos.” (BOHNS, 2003, doc.eletr). Disponível em: https://lia-mennabarreto.blogspot.com/2008/02/neiva-bohns.html. Acesso em 05 de janeiro de 2023.
|“Até o próximo dia 29 de outubro, poderá ser visitada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, instituição da Subsecretário de Cultura do Estado, uma mostra individual de Lia Menna Barreto, no Espaço Investigação. Elo estará mostrando oito trabalhos recentes de variadas dimensões e utilizando diversos materiais. Dentro do Espaço Investigação, os objetos se distribuem tridimensionalmente, apoiados no chão e nas paredes. Os materiais utilizados variam entre a espuma, o tecido costurado, os pelos sintéticos, sucatas, madeiras, papelão, pregos e vários tipos de tintas”. (JC.PANORAMA, 1985, p.30). Disponível em: https://acervo.margs.rs.gov.br/wp-content/uploads/tainacan-items/131/74345/ATIV00804.pdf. Acesso em 05 de janeiro de 2023.
|“[...] A artista provoca ao mesmo tempo o encanto e o espanto, utiliza-se de uma delicadeza construtiva com grande acuidade estética, o que leva à primeira impressão, a dimensão lúdica. Tal efeito encontra uma oposição e, até mesmo um estranhamento pelas deformações, transfigurações, perfurações, cortes, costuras, o virar pelo avesso, as novas junções e permutas em novo rearranjo, e neste gesto, Lia refaz uma arquitetura orgânica trazendo à tona os sentidos, as sensações, as emoções das diacronias humanas, das rupturas, dos regimes noturnos, dos invisíveis.” (MAGALHÃES, 2011, doc.eletr). Disponível em: https://lia-mennabarreto.blogspot.com/2011/10/texto-de-helcio-magalhaes.html. Acesso em 05 janeiro de 2023.
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