"A pintura de Guillermo A.C. assume um papel (entendido este no sentido em que um ator de teatro, cinema ou tv representa um papel) onde seu desempenho dá-se tanto através da utilização de figuras estereotipadas apropriadas e extraídas aos meios de comunicação de massa, bem como de figuras estereotipadas pertencentes aos procedimentos e
"estilos" pictóricos (como por exemplo as figuras de abstração). Abre-se, assim, um campo de exploração nos limites ambíguos desse inter-relacionar-se da pintura no papel de personagem dessas figuras.
O trabalho sofre uma espécie de equivalência ao inscrever-se nesse universo que sobrecarrega e acumula informações, universo de figuras em um convívio absurdo, caótico, estúpido, hesitando entre a convulsão e a implosão existencial: bomba não de neutrons, mas de neutralização. Equivalência entre um extraterrestre oriundo do planeta Hollyood, com outro extraterrestre oriundo do planeta formas minimalistas.
Em Guillermo A.C., a pintura age no papel desses meios, quer seja os da cultura televisiva, de entretenimento, das histórias em quadrinhos, da estética "disneyniana", da cultura kitsch, ou da história da arte.
Ela torna-se auto-reflexiva para desse modo interrogar-se: o que nos resta dos atos da cultura, dos atos pictóricos, dos atos artísticos, quando estes esvaziam-se de sua relação com a vida humana?
Hélio Fervenza"
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