Ao programar a gênese da imagem no interior de suas câmeras artesanais pinhole e transportá-las para um horizonte espacial, Luciano Laner desafia a condição de transparência historicamente legada aos dispositivos mecânicos. Neste processo de construção de uma epistemologia poética, o familiar adquire estranheza e a imagem fotográfica, como experiência tridimensional, enseja aproximações com as latências que envolvem tanto a instauração da própria imagem quanto os fluxos urbanos e seus processos de transformação.
Alexandre Santos - Crítico e historiador de arte
Novembro de 2014
Os aspectos visíveis das transformações do tecido urbano expõem a cidade como latência e como tensão entre permanências e impermanências. Vistas como acúmulo de tempos e conflitos inscritos na paisagem, a cidade luminosa, a cidade opaca, as ruínas e as construções surgem como as personagens destes movimentos. Espacializadas como esculturas e instalações, as fotografias de Luciano se relacionam com o espaço de exposição e criam os seus próprios espaços, propondo o espectador como o agente da narrativa que se desenvolve no espaço e no tempo. Para obter suas fotografias, o artista opera o aparelho fotográfico fazendo uso das potencialidades da fotografia pinhole – um tipo de fotografia que permite ao fotógrafo construir as suas próprias câmeras e obter imagens sem fazer uso de lentes ou de sistemas mecânicos automáticos, remetendo o processo às origens da fotografia.
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