Trazer a público a produção artística em artes visuais de três centros produtores de cultura do Rio Grande do Sul é, por assim dizer, o objetivo da exposição
ARTE DE TRÊS PÓLOS.
Para a realização desta exposição foram constituídas curadorias regionais, objetivando a conceituação, agenciamento e indicação dos artistas de cada uma destas três cidades. Assim, tivemos inicialmente a constituição de três exposições setoriais que em conjunto formam o evento ARTE DE TRÊS PÓLOS. A atitude de adoção do sistema de curadorias regionais possibilita maior eficiência na execução do projeto e seus objetivos, tais como a descentralização administrati-va, assim como a aplicação e difusão de um programa de inovação de políticas públicas para as Artes Visuais que o Instituto vem ampliando sistematicamente.
Partindo da constatação de que a produção do interior do Estado, apesar do alto nível de qualidade, tem dificuldade de circulação por falta de apoio, tanto institucional quanto privado, projetamos um evento para itinerar pelas três cidades das quais a exposição se originou, finalizando a itinerância em Porto Alegre.
Deste modo, criamos a possibilidade não somente do interior conhecer sua própria produção, mas também de que esta produção venha ao olhar público mais amplamente, o que possibilita um eficiente resultado do programa, tanto para o público quanto para os artistas.
A adoção de mecanismos diferenciais de gerenciamento acabaram por trazer a público evidências de que os fluxos de dominação exercidos na suposta relação capital/interior não se mostram verdadeiros em alguns casos, pois constróem-se movidos por uma espécie de altivez regionalista.
O Instituto Estadual de Artes Visuais tem adotado programas que poderíamos considerar como construtores de uma posição de vanguarda dentro do marasmo que caracteriza os programas de gerenciamento público dentro das instituições de Artes Plásticas do país, com honrosas exceções. Dentro dessa perspectiva não nos cabe manter pensamentos por demais aderentes a um raciocínio que pensa as relações geo-estéticas dentro das concepções notadamente tradicionais.
Priorizando uma noção administrativa inovadora que localiza a produção evidenciando seu caráter estético-qualitativo, sem contudo ignorar indistingüiveis relações estético-ideológicas, a ARTE DE TRES PÓLOS procura, dentro da mesma concepção descentralizadora que viemos trabalhando, desmitificar o fluxograma tradicional capital-interior.
Temos investido grande parte de nossos recursos em programas que envolvem artistas do Rio Grande do Sul e uma considerável soma desses recursos em programas que beneficiam especificamente artistas residentes e produtores no interior do Estado.
O resultado dessa exposição é um esforço conjunto de Secretaria de Estado da Cultura através do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e das Universidades e organismos institucionais envolvidos. Cabe-nos ressaltar o alto nível de receptividade das pessoas que estão na direção destas instituições, sem a ajuda das quais esta exposição não seria possível
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