Lidia Lisbôa (1971), natural de Guaíra, no Paraná/BR, formada em gravura em metal pelo Museu Lasar Segall, escultura contemporânea e cerâmica pelo Museu Brasileiro de Escultura (MuBE) e pelo Liceu de Artes e Ofícios, é artista visual e performer, cujo trabalho se manifesta através do crochê, da cerâmica e do desenho. Sua poética se desenvolve a partir da memória e resgate do passado, da perspectiva feminista, afro-brasileira e do corpo feminino.
Transformando a memória em arte, Lidia recobra aquilo que permanece vivo em suas lembranças, criando objetos sentimentais, como a série de Cupinzeiros, por exemplo, em que a artista esculpe em cerâmica formas cônicas e ovaladas, tendo como ponto de partida as recordações dos cupinzeiros presentes no quintal da casa em que crescera.
Em Tetas que Deram de Mamar ao Mundo (2019), Lidia traz a trama e elementos têxteis para tecer uma estrutura suspensa de tecidos multicoloridos, que parte do fazer manual, do corpo. Neste trabalho, a artista resgata, agora, uma história não apenas a partir de suas origens, mas, quem sabe, a partir de algo maior: a origem de tudo. Lidia costura o seio que nutriu o mundo.