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Sem Título (Morphing Jesus)
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Miniatura

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Número de registro
MAC1243
Título
Sem Título (Morphing Jesus)
Autoria
Ano
1995
Denominação
Material/Técnica
Suporte/Mídia
Dimensões
223,5 x 201,5 x 6,5 cm
Texto para etiqueta
RICHARD JOHN
(Bom Princípio, RS, Brasil, 1966)
Sem título (Morphing Jesus), 1995
Grafite e emulsão acrílica sobre tela
223,5 x 201,5 cm
Doação artista
Aquisição
Doação artista, 2014
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Exposições e prêmios
Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS, Recorte Corporificação. Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, Caxias do Sul, RS, 2022.
Histórico de publicações
BULHÕES, Maria; PELLIN, Vera; VENZON, André [org]. Catálogo acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 1. ed. Digrapho Produções Culturais, Porto Alegre, 2021. p. 138. Catálogo de Acervo. Disponível em: https://acervomacrs.wpcomstaging.com/catalogo/. Acesso em 22 de abril de 2022.
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“O conjunto de trabalhos que vem fazendo, principalmente a partir de 1994, e que culminou naquele ano numa exposição individual na Casa de Cultura Mário Quintana, intitulada Cosmogonia, nos mostra uma série de imagens de Jesus. A continuidade deste trabalho vem se desenvolvendo com outra série de pinturas que Richard nomeia Morphing Jesus. Quem duvidaria da verdade desta imagem? Como ele sublinha em uma de suas reflexões sobre seu trabalho: “Acabei encontrando na imagem de Jesus a síntese icônica de minhas intenções representativas”. Produz com seu gesto um espelhamento às avessas do processo mesmo de criação. Por um lado, a criatura criando o criador a sua própria imagem (Richard tem feito experiências em computador, metamorfoseando sua imagem com a de Jesus) e, por outro, diluindo a aura do original através de uma seriação de cópias em repetição. Poderíamos, de certa forma, pensar aí que sua criação artística nos transporta a um tempo anterior a Jesus, justamente numa época em que Deus não só era invisível, como inominável e impronunciável (YHVH)* . É como se o gesto artístico de Richard John devolvesse uma certa invisibilidade à própria imagem, apontando seus pontos de fratura. O artista define Deus como uma nostalgia do original e do originário.” - Edson Luiz André de Sousa Porto Alegre, janeiro 1997
|“...A qualidade de concisão e síntese em uma única imagem (ou, em uma série) se dá por certas sutilezas do processo elaborativo da obra, amplamente descrito em suas teses. Por exemplo, Richard afirma que na busca de um referencial concomitante à um sentido de "movimento e imutabilidade", elegeu uma imagem de Jesus, a qual foi utilizada de modo recorrente para discutir a diluição conceitual e valorativa de um ícone em incontáveis reproduções realizadas através dos séculos, e em quase dois mil anos de História da Arte, uma pesquisa que resultou em um trabalho de pintura intitulado Morphing Jesus (1995). Posteriormente, em um prolongamento dessa mesma proposta, o artista utilizou o software Morphing³, um programa gráfico para computadores, para produzir imagens seriadas e repetitivas, nas quais sua própria face se metamorfoseia na face de Jesus. Assim sendo, ao agregar seu rosto (identidade física) a um contexto religioso (identidade cultural), o artista se propôs abordar metaforicamente, a aglutinação das interpretações pessoais na produção e na apreciação de quaisquer imagens representativas, e, portanto, uma situação geradora de transformações das simbologias originais. Um processo antagônico ao estatuto da imagem icônica que requer a preservação das acepções do contexto sociocultural na qual foi produzida.…Uma possível leitura para a imagem do rosto do artista metamorfoseado de Jesus aponta para o conceito cristão de ubiqüidade divina (essa, uma outra questão mencionada por Richard em seus escritos). Por conseguinte, uma representação da Onipresença: a translação de uma metamorfose utópica e silenciosa. E, expandindo esse significado, seria essa uma analogia à própria arte que em seus conceitos é invisível? E que, ao mesmo tempo, através dos ventos midiáticos e disseminadores da tecnologia, pode estar em toda parte? A fusão “criador & criatura”, seria uma alusão ao axioma “artista & obra”? Ambos formando uma unicidade tal que nos impossibilitaria distinguir o artífice de sua própria invenção? Muitas são as perguntas diante desses singulares trabalhos, os quais, em seu inquietante silêncio, nos indagam mais do que respondem. Como uma esfinge que nos observa. Ou, a visão de nossa própria face ao espelho. Tanto em Morphing Jesus (1995) quanto em seu trabalho atual intitulado Interfaces Familiares (Nuclear 1), (2009), percebe-se que o artista especula constantemente sobre a possibilidade de alterar sua identidade em contato com o outro. Nesses dois distintos projetos, as imagens construídas parecem congelar não o movimento intermediário dessa transformação, onde seria possível ainda perceber duas diferentes faces, porém, o instante mesmo em que seu rosto já está absorvido pelos contornos do outro e se apresenta como um único; uma outra identidade.” - Dione Veiga Vieira Dezembro/2010
Textos Disponíveis em: . Acesso em: 29/05/2023