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Sem título
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Miniatura

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Número de registro
MAC0227
Título
Sem título
Série
Pequenos Martírios Indolores
Autoria
Ano
2013
Denominação
Suporte/Mídia
Dimensões
10 x 10 x 2,5 cm
Palavras-chave
Ficha Técnica
LOUISE KANEFUKU
(Porto Alegre, RS, Brasil, 1985)
Sem título, 2013
Grafite, café, fita hipoalergênica e alfinete em papel vegetal e papel-manteiga, 10 x 10 x 2,5 cm
Doação artista
Aquisição
Doação artista
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Comentários/Dados históricos
A quantas amarras, costuras e maltratos, autorizados ou não, não estamos submetidos? Feitos a partir de fotos do meu corpo, essas pequenas figuras são utilizadas de diferentes formas em situações de desconforto que contrastam com a tranquilidade de suas posições. (texto da artista disponível em https://art.louisekanefuku.com/pequenos-martirios-indolores)
Mídias relacionadas
Pequenos Martírios Indolores
Os trabalhos de Louise Kanefuku mostram pequenas figuras recortadas em frágeis folhas de papel translúcido, manipuláveis e multiplicáveis como um signo. São imagens delineadas, mas precisas no pouco de informação que carregam. Essa economia no traço permite que elas sejam arranjadas em diagramas tortuosos que lembram martírios e punições, segundo a artista. A delicadeza com que as imagens são tratadas, a sutil variação entre uma figura e outra não nos permite pensar em uma mera ação de replicar. Cada conjunto é um momento único, o que nos remete à multiplicidade de sensações e sentimentos que nos constitui (e que faz com que nos saibamos múltiplos também).
As ações sobre a imagem nua e inerte são próprias do desenho e da linguagem gráfica que inscreve, recorta, transfere, multiplica e apaga. Em geral essas ações determinam um objetivo outro que elas mesmas. Nos trabalhos de Louise todas essas ações estão direcionadas à figura (a própria figura da artista), e por isso ganham em importância e significado. Como num desenho contínuo na própria pele, a identidade exposta da artista experimenta os limites da exaustão de seu próprio sentido.
“O homem é um signo”, nos afirma a semiótica. E tudo mais que queiram que ele seja. Como signo ele vive o paradoxo de ser o sujeito da significação e de buscar constantemente um sentido para si e para o mundo em que vive. Ser signo não significa conhecer-se, pois somos transformados constantemente (e também esquecemos). A proximidade apaga a distância que estabelece o que possa significar conhecermo-nos. A representação reconstitui esse elo, e um pouco do que sofre a imagem passamos a sofrer também.
(Texto curatorial do Prof. Dr. Flávio Gonçalves para a exposição “Pequenos Martírios Indolores”. Publicado em: www.chicolisboa.com.br, no dia 30 de junho do 2013.)