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Sem título
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Miniatura
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Número de registro
MAC0169
Título
Sem título
Autoria
Ano
2016
Denominação
Suporte/Mídia
Dimensões
86,5 X 77,5 cm
Texto para etiqueta
EMANUEL MONTEIRO
(Londrina, PR, 1988)
Sem título, 2016
Grafite, macerado de flor e colagem sobre papel
86,5x77,5cm
Doação artista
Aquisição
Doação artista, 2019
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
A obra de Emanuel Monteiro presente na coleção MACRS constrói-se a partir do entrelaçamento entre memória, escrita e matéria orgânica. O desenho esmaecido de uma antiga casa parece emergir como evocação de um texto quase inacessível, justaposto à imagem. O conjunto da escrita em grafite assemelha-se a uma vegetação que vai crescendo e aderindo aos vestígios de uma história. A mancha sobre o papel, obtida a partir de flores maceradas transformadas em pigmento, aglutina as diversas instâncias simbólicas do trabalho atribuindo à imagem e à escrita o valor de matéria orgânica, em transformação. Assim, a casa, o texto, o papel, suas manchas, a obra em si, nos transporta para um lugar de rememorações, reais ou fictícias, que alimentam nossos sonhos e ajudam a inventar futuros. Emanuel parte de lembranças de infância e histórias particulares para construir imagens universais, repletas de afeto.
Autoria
Comentários/Dados históricos
A obra sem título de autoria do artista e curador Emanuel Monteiro (1988, Londrina/PR) é datada de 2016. O trabalho foi doado pelo artista ao Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), no dia 27 de maio de 2015.
Exposições e prêmios
- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6 º andar, Casa de Cultura Mário Quintana. Porto Alegre, RS, 2022.
|- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS, Recorte Língua Viva. Galeria Edmundo Rodrigues, Complexo Palacete Pedro Osório, Bagé, RS, 2022.
Histórico de publicações
BULHÕES, Maria; PELLIN, Vera; VENZON, André [org]. Catálogo acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 1. ed. Digrapho Produções Culturais, Porto Alegre, 2021. p.98. Catálogo de Acervo. Disponível em: https://acervomacrs.wpcomstaging.com/catalogo/. Acesso em 12 de maio de 2022..
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"Mas a intensidade das imagens está na força da matéria que lhes dá vida. Emanuel não utiliza materiais convencionais na fatura de seus desenhos. O artista vai buscar no quintal da casa materna no Paraná ou nos arredores da sua morada atual — e temporária — em Porto Alegre, a matéria prima para produzir suas tintas. Terra, sementes e flores permanecem por longos dias submersas em potes de água fechados. Como um alquimista, Emanuel observa as “conservas” e aguarda a transformação da matéria. A flor macerada, úmida e decomposta transmuta-se em tinta. O tempo e sua inexorável passagem estão implicados desde o início de seu processo de criação. A água, símbolo da vida, do movimento e da transformação altera a matéria e agrega-se a essa. Feito poção, a nova substância derrama-se sobre a extensão do papel e a natureza absorvente do suporte vai retendo aos poucos os resíduos depositados pelo artista em busca da configuração das formas. Se, por um lado, a água reflete a voracidade do tempo, cabe ao suporte o papel da memória. A imaginação orgânica se completa na medida em que tinta e suporte derivam da mesma origem. Suas figuras manifestam-se tão fluidas e aquosas quanto o fundo em que habitam. Delineadas por linhas tênues e de extrema delicadeza declaram o fracasso de uma retenção completa diante do inevitável transbordamento da mancha. Análogas ao trabalho da memória, as imagens de Emanuel apresentam-se submersas em uma atmosfera enevoada, monocrômica, com tão pouco contraste como as suaves lembranças que caracterizam o sentimento de uma grande distância". (CORONA, 2016, p. 30). Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/38621/2/ULFBA_E_v7_iss16_p24-33.pdf, Acesso em 11 de maio de 2022.
|"Mesmo sendo jovem, ele possui uma profícua produção de desenhos e livros de artista que demonstram uma atenção ao seu entorno imediato, à casa e as suas reminiscências de infância. O principal suporte dos trabalhos de Monteiro é o papel. E seu planejamento e preparação começa antes, seja na encadernação artesanal dos livros de artista, seja na coleta de flores para a preparação dos macerados que irão tingir o suporte. Seu processo de trabalho nos desenhos e livros é vagaroso em respeito ao tempo particular que os materiais utilizados necessitam para impregnar e manchar a superfície onde são depositados. (...) Os documentos de trabalho que movem as ações nos desenhos de Monteiro são os mais próximos, mas só acessíveis ao artista através da memória: a casa de sua infância com as paredes úmidas, seu chão de terra batida e seu quintal. Como documentos de trabalho, essas imagens se atualizam em cada reencontro. Assim, as casas onde o artista vive e viveu lhe remetem àquela casa primordial que também é o princípio de sua experiência no mundo: - Não seria a casa, este 'espaço da primeira infância', o primeiro espaço no mundo a ser explorado, como um universo sem limites?- (Monteiro, 2015: 308)". (GONÇALVES, 2017, p. 53 - 54). Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/35538/2/ULFBA_C_v5_iss10_p52-59.pdf, Acesso em 11 de maio de 2022.
|"Recorrente em seu trabalho, o uso da palavra escrita sempre funcionou enquanto potencial de evocação, encarnação e formação de imagens. Agora, sua caligrafia mostra-se voraz. Já na antessala do espaço expositivo, circundando a histórica escadaria da Galeria Mamute, o artista realiza uma obra in situ onde cunha um trecho de Drummond diretamente nas paredes. Para Emanuel, o ato de escrever reivindica não somente o anseio pela manutenção da lembrança, mas também a possibilidade de seu esquecimento – presente aqui na natureza temporal da ocupação do espaço. Após este prelúdio, a mostra evolui reiterando elementos que aos pouco dão identidade à trajetória do artista: observam-se tintas produzidas com terra de Minas Gerais e do Paraná, assim como a composição fragmentada das folhas de papel perfeitamente alinhadas – tudo tão familiar se não fosse a amplificação das relações de tensão e trégua." Henrique Menezes, 2019. (Trecho do texto curatorial da exposição Tinha textura o meu silêncio). Disponível em: https://www.galeriamamute.com.br/emanuel-monteiro. Acesso em 11 de maio de 2022.
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