Nuno Ramos começou a pintar em 1982, na Casa 7, ateliê formado com os artistas Fábio Miguez (1962), Paulo Monteiro (1961), Rodrigo Andrade (1962) e Carlito Carvalhosa (1961). Na época, seus trabalhos eram figurativos e gestuais, feitos com esmalte sintético sobre papel. Sua pintura é influenciada por Julian Schnabel (1951) e Anselm Kiefer (1945). A partir de 1985, passou a utilizar tinta a óleo sobre tela. A massa de tinta torna-se mais espessa e as formas, mais abstratas. No período, adquire prestígio e visibilidade. Participa da 18ª Bienal Internacional de São Paulo (1985) e da 2ª Bienal de Havana (1986).
Em 1987, exibe suas primeiras obras tridimensionais. Faz esculturas com cal, tecido e madeira. Os trabalhos mostram uma mudança em sua carreira: o interesse desloca-se de uma figuração associada ao gesto expressivo, para a composição de peças em que se relacionam materiais díspares. No ano seguinte, as superfícies de seus quadros se avolumam, tomadas por uma massa grossa e colorida, onde se amalgamam objetos de natureza distinta como madeira, pano e arame. Esse agregar de materiais projeta a superfície para os limites do suporte, transformando-o num relevo.
Na década de 1990, desenvolveu as suas primeiras instalações. Nelas também reúne materiais de naturezas distintas. Dispõe esculturas, imagens fotográficas, textos e outros objetos incorporados no espaço. Em 1992, realizou 111, onde abordou a brutalidade do massacre de 111 detentos na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru), ocorrido no mesmo ano. Essa exposição participou do Ciclo Arte Brasileira Contemporânea em 1992, realizado pelo Instituto de Artes Visuais do RS. Em 1996, expande a área em que seu trabalho se mostra e realiza o projeto ambiental Matacão. O artista insere pedras em covas ao ar livre, na Zona Rural de Orlândia, São Paulo.
Ao mesmo tempo, realiza peças de mármore e granito com vaselina, como Manorá, 1997/1999 e faz telas cada vez maiores. Em 2002, mostra o seu primeiro filme, Luz Negra, em homenagem ao cantor e compositor Nélson Cavaquinho (1910 - 1986). No ano seguinte, instalou grandes peças de areia no Museu de Arte da Pampulha - MAP, em Belo Horizonte, e no Museu do Açude, no Rio de Janeiro.
Fonte: Escritório de Arte