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Resistência
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Miniatura
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Número de registro
MAC2227
Título
Resistência
Autoria
Ano
2021
Denominação
Material/Técnica
Suporte/Mídia
Dimensões
330 x 160 cm
Notas descritivas
A produção artística de Paulo Corrêa é voltada para questões que evocam a resistência da ancestralidade afro-brasileira. A obra “Resistência” foi produzida a convite do Museu de Arte Contemporânea do RS para uma das edículas do Palácio Piratini, exposta durante as comemorações dos 100 anos daquela edificação e dos 30 anos do MACRS, em 2022. Segundo o artista e curador André Venzon, Paulo “tatua na pele” da pintura do seu único antebraço em riste as esfinges de dez personalidades afrogaúchas do último século. Ao fazer isso, mais que homenagear essas presenças até então relegadas na decoração neoclássica da arquitetura oficial, inaugura ao acesso público a alma e a história desses criadores e heróis, encarnando os seus anseios e valores na contemporaneidade.
As personalidades negras representadas na obra são o príncipe Custódio, o marinheiro João Cândido, o cantor e compositor Lupicínio Rodrigues, a mestra griô Sirley Amaro, a primeira mulher negra vereadora de Porto Alegre, Nega Diaba, o percussionista Boto, a pedagoga e escritora Maria Helena Vargas da Silveira, o poeta e escritor Oliveira Silveira, o músico César Passarinho e a atriz Dandara Rangel.
Texto para etiqueta
PAULO CORRÊA
(Pelotas, RS, 1965)
Resistência, 2021
Tinta acrílica sobre tela, 330 x 160 cm
Doação artista
Aquisição
Doação artista, 2021
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
O punho cerrado, símbolo da luta antirracista, expressa as condições simbólicas de uma ideia profunda sobre a unidade, a força e o orgulho do povo negro, do qual Paulo Corrêa é um legítimo artivista desde o início do seu caminho nas artes, que se dá na década de 1980, em Pelotas/RS, uma cidade reconhecida pela potência da população negra na sua raiz cultural. Na obra “Resistência”, produzida a convite do Museu de Arte Contemporânea do RS para uma das edículas do Palácio Piratini, exposta durante as comemorações dos 100 anos daquela edificação e dos 30 anos do MACRS, em 2022, Paulo “tatua na pele” da pintura do seu único antebraço em riste as esfinges de dez personalidades afrogaúchas do último século. Ao fazer isso, mais que homenagear essas presenças até então relegadas na decoração neoclássica da arquitetura oficial, inaugura ao acesso público a alma e a história desses criadores e heróis, encarnando os seus anseios e valores na contemporaneidade. Entre as colunas do Palácio Piratini, e agora desta Casa de Cultura Mario Quintana, ergue-se outra e nova estrutura, um pilar permanente feito de verdade e das vidas sublimes que marcam também as mais de cinco décadas de criação do Dia da Consciência Negra.
O olhar do artista, ao estudar e retratar essas referências, nos guia a um intenso conhecimento de nós mesmos e da sociedade brasileira, nos fazendo testemunhar na figura do seu punho que não se abaixa, pela carne e pelo espírito combativo da sua obra, a fisionomia inabalável que resplandece vitoriosa na fronte do príncipe Custódio, do marinheiro João Cândido, do cantor e compositor Lupicínio Rodrigues, da mestra griô Sirley Amaro, da primeira mulher negra vereadora de Porto Alegre, Nega Diaba, do percussionista Boto, da pedagoga e escritora Maria Helena Vargas da Silveira, do poeta e escritor Oliveira Silveira, do músico César Passarinho e da atriz Dandara Rangel. São essas faces, a soma de suas identidades que dão o caráter de unidade no corpo de um artista que busca o plural no entendimento de sua própria essência. Assim, Paulo afirma em sua obra que a história é feita pela pluralidade de sujeitos e pela força dos gestos que erguemos no mundo.
André Venzon
Artista visual, curador e gestor cultural.
Autoria
Exposições e prêmios
Palácio Contemporâneo, Palácio Piratini, MACRS, 2022
|Acervo em Foco, Espaço Marilene Bertonchelli, MACRS, 2024
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Texto crítico sobre a exposição Acervo em Foco: Paulo Corrêa escrito pelo historiador da arte, Pietro Melo. Disponível em https://www.ufrgs.br/nervocritico/havera-resistencia-um-grito-de-luta-pela-igualdade-racial-na-obra-de-paulo-correa/