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Monatrans
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Miniatura

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Número de registro
MAC0841
Título
Monatrans
Série
Monalisas
Autoria
Data
2021
Ano
2021
Material/Técnica
Dimensões
400 x 300 cm
Descrição
A obra, com dimensões de 400 x 300 cm, se trata de um mosaico intitulado “Monatrans” da série “Monalisas” produzido em 2021 pela artista Sil Marcon. A obra possui uma paleta variada que abrange as cores do arco íris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, roxo, rosa, cinza, preto e branco. O mosaico representa o busto de uma figura feminina referenciando a “Monalisa” de Leonardo da Vinci, sua pele de cor branca contrasta com as sombras de seus traços faciais em tons de preto e cinza. Seus cabelos longos e lisos das cores do arco-íris encontram-se soltos sobre seus ombros, enquanto sua vestimenta consiste em uma parte de cima de decote reto em uma composição de azul, roxo e rosa, evidenciando seu colo, que é marcado pelo símbolo transgênero nas cores azul e rosa no centro de seu peito. Na lateral direita superior, duas borboletas nas cores branco, rosa e azul pairam no ar direcionadas uma para a outra em posição de voo. O mosaico possui suporte de fundo preto com a assinatura da artista na lateral inferior direita com letras pretas sobre um mosaico retangular laranja.
Palavras-chave
Arte gênero | Arte urbana | Artistas mulheres | Nova figuração
Ficha Técnica
SIL MARCON
(Porto Alegre, RS, 1965)
Monatrans, 2021
Mosaico, 400 x 300 cm
Doação artista
Aquisição
Doação artista
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Comentário Crítico
Texto Crítico
Enquanto releitura da pintura renascentista de Leonardo da Vinci, a obra “MonaTrans” utiliza do simbolismo da Mona Lisa enquanto personagem popularizada na cultura Pop e presente no imaginário coletivo de forma pré-concebida por seu caráter enigmático. Enquanto figura passível de releituras, a imagem original da Mona Lisa é reinterpretada pela artista, que atribui em suas produções, uma série de novos sentidos e interpretações sobre a figura feminina partindo da essência desta figura icônica da História da Arte. No mosaico, a personagem é representada em um contexto de resistência de gênero através de intervenções que alteram aspectos referentes às cores e elementos pictóricos presentes em sua composição. O cabelo da figura faz referência à bandeira da comunidade LGBTQIA +, por apresentar as cores do arco-íris na versão de seis tonalidades popularizada por Gilbert Baker na década de 70. Já a bandeira transgênero desenvolvida por Monical Helms em 1999 é representada pelas cores presentes na vestimenta em manifestação de orgulho e diversidade. Em complemento, o símbolo destacado no peito dá significado ao título da obra “MonaTrans", que consiste na junção do “símbolo de Marte” que na sociedade ocidental é associado ao gênero masculino e o ”símbolo de Vênus” associado ao gênero feminino. O símbolo universal transgênero inclui ambas as representações, consistindo em um círculo, com a cruz de Vênus embaixo, a lança de Marte em cima à direita e, em cima à esquerda, outra lança como a primeira, mas com um corte horizontal. Elucidando o processo de transformação de vida relacionado à transição de gênero, a figura da borboleta também é presente na obra por seu simbolismo enquanto animal que passa pelos ciclos da metamorfose, considerando que o invertebrado faz parte do universo de simbologias utilizadas pela comunidade Trans por associar a transição do estado de “lagarta” ao seu “verdadeiro eu”. A técnica e os materiais empregados pela artista são característicos de seu trabalho com intervenção urbana, sendo compostos de matéria-prima passível de exposição em locais abertos sujeitos a ações naturais.