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High Noon
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Miniatura
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Número de registro
MAC1428
Título
High Noon
Autoria
Ano
2008
Denominação
Suporte/Mídia
Dimensões
3:2
Duração (minutos)
2’01
Tamanho do arquivo (kb)
243,7 MB
Notas descritivas
O vídeo possui uma resolução de 720 x 480 pixels e uma duração de 2 minutos e 1 segundo. Iniciando com a apresentação do nome da artista e o título do trabalho, a obra se desenvolve em câmera lenta, exibindo imagens em movimento de pessoas aglomeradas caminhando. A paleta de cores predominante na filmagem é em preto e branco, com tons quentes e um alto contraste nas sombras. No entanto, à medida que o vídeo avança, as cores se tornam mais vibrantes, especialmente em um tom de vermelho intenso. O som que acompanha a obra é um ruído sufocante e acelerado, similar ao de um sino de uma igreja, possivelmente anunciando o horário de almoço do “High Noon”. Este elemento sonoro reforça a sensação de agitação e pressa nas grandes capitais. O trabalho oferece ao espectador uma imersão na atmosfera caótica e opressiva das metrópoles, explorando não apenas os aspectos visuais, mas também os sonoros e sensoriais. A sensação térmica sugerida é de calor intenso, abafado pelas fumaças, concretos e asfaltos das ruas urbanas. A inclusão dos créditos finais em uma cor vermelha intensa conclui a experiência visual.
Texto para etiqueta
ELIANE CHIRON
(Ligné, França, 1942 - Paris, França, 2023)
High Noon, 2008
Vídeo SD, 3:2, PB, som, 2’01”
Doação artista
Aquisição
Doação artista, 2019
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
O vídeo possui uma resolução de 720 x 480 pixels e uma duração de 2 minutos e 1 segundo. Iniciando com a apresentação do nome da artista e o título do trabalho, a obra se desenvolve em câmera lenta, exibindo imagens em movimento de pessoas aglomeradas caminhando.A paleta de cores predominante na filmagem é em preto e branco, com tons quentes e um alto contraste nas sombras. No entanto, à medida que o vídeo avança, as cores se tornam mais vibrantes, especialmente em um tom de vermelho intenso. O som que acompanha a obra é um ruído sufocante e acelerado, similar ao de um sino de uma igreja, possivelmente anunciando o horário de almoço do “High Noon”. Este elemento sonoro reforça a sensação de agitação e pressa nas grandes capitais. O trabalho oferece ao espectador uma imersão na atmosfera caótica e opressiva das metrópoles, explorando não apenas os aspectos visuais, mas também os sonoros e sensoriais. A sensação térmica sugerida é de calor intenso, abafado pelas fumaças, concretos e asfaltos das ruas urbanas. A inclusão dos créditos finais em uma cor vermelha intensa conclui a experiência visual.
Autoria
Comentários/Dados históricos
A obra é datada de 2008, de autoria da artista Eliane Chiron (1942, Ligné, França), e intitulada “High Noon”. A videoarte é inspirada no livro “A muito estranha história de Pedro Schlemihl” (1813) do francês Adelbert von Chamisso, e marca a trajetória de Chiron na passagem de suas pinturas para os pixels. O trabalho foi realizado em uma de suas visitas ao Brasil, em dezembro de 2008, e a sequência da obra “La Mer” também da artista. O vídeo foi doado ao Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), pela artista.
|O trabalho High Noon foi feito em um contexto em que a produção da artista estava em um movimento de, como menciona a mesma (2011) mutação da pintura no vídeo digital. Desta maneira, Chiron se questiona sobre o significado de pintura - seria possível fazer esta transição para o audiovisual?
Neste trabalho a artista utiliza a técnica de filmagem slow motion, trazendo assim uma imagem lenta ao meio do caos metropolitano capitalista. A videoarte é atribuído o título em inglês “High Noon”, que traduzido para o português brasileiro é “Meio Dia”, que remete ao horário de intervalo de trabalhadores, no movimento nas ruas acelerado com hora marcada para voltar - o som de sino tocante deixa a experiência ainda mais sufocante e aflita da correria diária do proletariado do dia a dia, ou melhor, do meio dia.
Exposições e prêmios
Exposição: Fazer e Desfazer a Paisagem. Casa de Cultura da UFJF, Minas Gerais, 2012
|Exposição: Fazer e Desfazer a Paisagem. Pinacoteca da Feevale, Novo Hamburgo, 2012.
|Exposição: Fazer e Desfazer a Paisagem. Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP), São Paulo, 2012.
|Exposição: Fazer e Desfazer a Paisagem. Galeria Xico Stockinger, Sotero Cosme, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul(MACRS), 6º andar, Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), Porto Alegre, 2013.
|Exposição: Cine Open Air GHC, Sunset Garden, Grande Hotel Canela, Canela, 2022
|Exposição: Cine Esquema Novo em Acervo. Galeria Sotero Cosme, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul(MACRS), 6º andar, Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), Porto Alegre, 2022.
|MACRS FPS, Galeria Virgilio Calegari, MACRS, 2023
Histórico de publicações
BULHÕES, Maria; PELLIN, Vera; VENZON, André [org]. Catálogo acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 1. ed. Digrapho Produções Culturais, Porto Alegre, 2021. p.95. Catálogo de Acervo. Disponível em: https://acervomacrs.wpcomstaging.com/catalogo/ Acesso em 03 de junho de 2022.
|CHIRON, Eliane. íntima mutação da pintura no íntimo digital. REY, Sandra [tradução], Revista Porto Arte, Porto Alegre, 2011, 14 páginas. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/PortoArte/article/view/80125 , Acesso em 17 de junho de 2022.
|REY, Sandra; CHIRON, Eliane. O íntimo o privado, o público na arte contemporânea. Porto Arte: Revista de Artes Visuais. Porto Alegre: PPGAV-UFRGS, v.22, n.37, p.1-14, jul.-dez. 2017. Disponível em:https://seer.ufrgs.br/index.php/PortoArte/article/view/80125/46993 . Acesso em 15 de fevereiro de 2023.
|REY, Sandra [org]. Fazer e Desfazer a Paisagem. UFRGS, Instituto de Artes, PPGAV, Porto Alegre, 2012, p. 28-32. Catálogo de Exposição. Disponível em: https://www.sandra-rey.com/_files/ugd/b21dee_34961851e86e4329889560bce91306f4.pdf , Acesso em 17 de junho de 2022.
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“Já que abandonei os pincéis, que não cubro mais de pintura um suporte, trabalho com imagens no computador e realizo vídeos digitais antes de ter aprendido a técnica (mas eu sei o significa pintar e desenhar), eu ainda faço pintura? Mesmo que não procure pintar com o vídeo, sou obrigada a constatar, à cada vez, que o que faço é voltar à pintura; percebo que se opera uma transferência no vídeo e, no final, sem ter procurado, é a pintura que encontro. E penso nos últimos Ticianos, nos últimos Goyas da Casa del Sordo, onde a tinta é jogada em respingo ao desprezo da matéria, reinventando os primeiros gestos da arte”. (CHIRON, 2011, p. 43)
|“Do real me assombram vagamente as estórias de fábulas, mitos e lendas que evocam aparições a certas horas extremamente precisas, em lugares inconfundíveis. Nessas lendas, ao meio-dia, seres vivos sem sombra não se distinguem dos fantasmas, – mas como encontrar esses fantasmas no meio do dia, na hora exata de todos os perigos? O vídeo High Noon atribui uma forma a esse desejo coletivo, como na narrativa de um homem que vendeu sua sombra ao diabo, em L’étrange Histoire de Peter Schlemihl (1813) de Chamisso. Após ter filmado no Brasil, da janela de meu apartamento no hotel, no calor do mês dezembro, vejo que os transeuntes se confundem com as pequenas sombras negras presas a seus pés. Ao meio-dia essa confusão está no zênite, em inglês high noon. Pela supressão digital das cores sobre a calçada quadriculada, branca, compacta, ofuscante, – os passantes – silhuetas negras descendo em direção à esquerda, ou indo para a direita, parecem ser nada além de sua sombras, e delas nascer. O vermelho inunda aos 1min. 33seg. para desencadear, três segundo depois, o estrondo dos sinos. O vermelho vem e vai, os sinos soam e silenciam. Sistema binário: 0, 1. Entre os dois, o abismo onde a rodopsina, esses pigmentos protéicos fotossensíveis encontrados no epitélio pigmentar da retina, no fundo de nosso olho, torna possível a visão das cores. Nesse abismo surge o vídeo La Mer, filmado no Natal, na França, vermelho no início, como se viesse de muito longe, talvez do sangue de Medusa, tão impossível como olhar para o sol ao meio-dia. High Noon, encadeado em loop a La Mer, realiza a mutação digital da linguagem originária da natureza, através do som dos sinos e do ruído das tempestades. Terra de ninguém íntimo e cósmico, ao mesmo tempo”. (CHIRON, 2012, p. 28 - 32). Disponível em: https://www.sandra-rey.com/_files/ugd/b21dee_34961851e86e4329889560bce91306f4.pdf . Acesso em 13 de fevereiro de 2023.
|Tomando como ponto de partida o processo de seu trabalho artístico em vídeo, a artista trabalhou as nuances dos conceitos de íntimo, público e privado, abordando questões da arte contemporânea. Foram exibidos e analisados os vídeos “As nadadoras” e “High noon”. O evento contou com as parcerias de: Programa de Pós-graduação em Artes Visuais PPGAV – Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Grupo de Pesquisa Processos Híbridos na Arte Contemporânea – UFRGS; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes; e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.” (FEEVALE, 2014, doc.eletr). Disponível em: https://www.feevale.br/acontece/noticias/universidade-feevale-recebe-a-artista-francesa-eliane-chiron . Acesso em 13 de fevereiro de 2023.
|Os meus vídeos – essas pinturas que mexem – me lembram que no final do século XIX, no plano de fundo de um dos primeiros filmes de Louis Lumière, Lanche de bebê (Goûter de bébé), as folhas das árvores se movimentavam. Fato que fascinou Georges Méliès mais do que a própria cena. A razão desse fascínio é a sensação háptica propiciada pelo movimento no fundo da imagem que, além do assunto principal, colocava ao acesso de todos uma imagem tátil, a mesma da nossa primeira relação com o mundo. Essa primeira influência, que a imagem em movimento pode produzir indefinidamente, está tão viva que permeia a vida toda de cada ser humano (sua ontogenia) e da humanidade (sua filogenia)”. (CHIRON, 2015, p.545). Disponível em:https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/77055308/17630-libre.pdf?1640175862=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DAbismos_do_inter_dito_autopoiese_de_um_v.pdf&Expires=1676329784&Signature=T0CuBKjzwvud0SqWeaxTS0FDn6XW8NN1q9giyF1wCnIiYs8hwhffL9l8iG94NorBi~odf8tgK7BEo7bKlCE3aHDGYLzMDztqsu-jIpFPiYh4W6p-e~5BeN47qv3OaPSWWrq7qxXR4mPES1zkQ~YcXB3-XWAa83qkuv3TrSQz5LMHsm51mGm22EbpOAdmYG2TqO8L5AbIXHjRqumKKX1kpz1nuTk9NT8nwAXk11wz9i5y5lull9IOsjzYB4JvjXeAeWXw6XmzxyUEKPjZAa7HuMut2sRZvQVb9OTbOt1OXb4MY7FKeqTWrt6JdA8Zd4OcxtOuwPLLBqtLd8zCVrVrzg__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA . Acesso em 13 de fevereiro de 2023.