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Fomiliar
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Miniatura
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Número de registro
MAC1249
Título
Fomiliar
Série
Desleituras
Autoria
Ano
2011
Denominação
Material/Técnica
Dimensões
63 x 83
Notas descritivas
A obra Fomiliar, de Jorgge Menna Barreto, integra a série "Desleituras". Consiste em um tapete de borracha vulcanizada nas cores azul marinho, laranja e turquesa. O objeto possui uma textura rugosa e mede 63 x 83 cm. Em sua composição visual temos ao redor de toda a borda uma espécie de moldura na cor azul marinho, medindo 5cm de espessura. A parte interna desta moldura é toda preenchida por uma massa de cor laranja. Justaposta a ela lê-se a palavra “fomiliar”, escrita em caixa alta e fonte na cor turquesa. A palavra mede 7x 60,5cm e ocupa o centro do tapete.
Palavras-chave
Texto para etiqueta
JORGGE MENNA BARRETO
(Araçatuba, SP, 1970)
Fomiliar, 2011
Série Desleituras
Borracha vulcanizada, 63 x 83 cm
Aquisição por compra e doação AAMACRS / Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça 2010, Funarte
Aquisição
Aquisição por compra e doação AAMACRS / Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça 2010, Funarte
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
O conjunto de sete tapetes de Jorgge Menna Barreto presente na coleção MACRS (Suavisão, Deusejo, Eulogio, Relachão, Certão, Fomiliar, Objetidão) convida o espectador a articular reflexões caras à arte contemporânea. Desenvolvidos no contexto de uma série do artista denominada Desleituras, estes tapetes estão também implicados em uma ação de mediação, uma vez que podem ser manipulados pelo público e associados a outras obras. Estes tapetes-obra possuem cores vibrantes, atrativas ao olhar, e apresentam em seu centro palavras híbridas, criadas a partir de termos distintos, sugerindo aproximações e leituras atravessadas por diferentes contextos. Ao criar um objeto de arte a partir de um objeto do cotidiano, incorporando não apenas sua forma e materialidade, mas também sua função - uma vez que podemos pisar sobre os tapetes - o artista provoca atravessamentos ainda entre as noções de objeto de arte e objeto ordinário, fazendo com que as qualidades de um e de outro universo sejam compartilhadas na experiência da obra. Nesse sentido, os tapetes de Jorgge Menna Barreto desafiam o público, a instituição e a crítica a estarem sempre atentos à potência poética da obra, reconhecendo e buscando preservar não apenas a sua materialidade, mas sobretudo a sua irredutibilidade ao campo da arte.
Autoria
Comentários/Dados históricos
A obra é datada de 2011, de autoria do artista e educador brasileiro Jorgge Menna Barreto (1970, Araçatuba/SP), que dedica sua prática e pesquisa à arte site-specific há mais de 20 anos. Os tapetes, segundo Barreto, fazem parte da série denominada “Desleituras”, criada em 2011, que foi produzida durante a escrita da tese de doutorado do artista, intitulada "Exercícios de Leitoria”. Os tapetes de boas-vindas feitos de borracha, da marca Kapazi, foram confeccionados na fábrica da empresa em Curitiba, que foi usada pelo artista como ateliê. De acordo com Jorgge Menna Barreto, o texto contido é sempre construído a partir de misturas de palavras distintas que sugerem novas possibilidades de leitura e sentido ( EULOGIO, FOMILIAR e DEUSEJO). Os tapetes de Jorgge Menna Barreto foram doados ao Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), por meio da Associação de Amigos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (AAMACRS), após a associação adquirir as obras através do projeto “MAC-21”, que teve curadoria de Paulo Gomes, na seleção dos artistas e das obras. O projeto “MAC 21” recebeu o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça, em 2010, e foi executado entre 2011-2012. Prêmio este, que teve como objetivo a aquisição de obras destinadas ao preenchimento de lacunas pontuais em acervos de instituições museológicas, públicas e privadas. Até então, o artista não estava representado em coleções públicas no Rio Grande do Sul. As obras foram apresentadas ao público, como acervo do museu, na exposição "MAC 21 - Um Museu do Novo Século", entre 16 de dezembro de 2014 a 08 de março de 2015, com curadoria de Paulo Gomes, sendo ela considerada uma das mais importantes exposições da história do museu.
Exposições e prêmios
32º Panorama de Arte Brasileira no MAM-SP, 2011.
|- Exposição: MAC 21 - Um Museu do Novo Século. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6° andar, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre, RS, 2014-2015.
|- Exposição: Arte Contemporânea RS. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6 º andar, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre, RS, 2020- 2021.
|- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6 º andar, Casa de Cultura Mário Quintana. Porto Alegre, RS, 2022.
|- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS, Recorte Língua Viva. Galeria Edmundo Rodrigues, Complexo Palacete Pedro Osório, Bagé, RS, 2022.
Histórico de publicações
BARRETO, Jorgge. Exercícios de Leitoria. Tese em Doutorado Poéticas Visuais. USP. São Paulo, 2012. 174 páginas. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-10052013-153302/publico/JorgeMennaBarreto.pdf. Acesso em 05 de abril de 2022.
|GOMES, Paulo. O Projeto MAC-21: Compartilhando uma experiência de exceção. Porto Alegre/Brasil, 2017, p. 09. Disponível em: http://academiademedicinars.com.br/wp-content/uploads/2021/08/2.3.-Museu-de-Arte-Contempor%C3%A2nea-do-Rio-Grande-do-Sul-MACRS-1.pdf. Acesso em 05 de abril de 2022.
|BULHÕES, Maria; PELLIN, Vera; VENZON, André [org]. Catálogo acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 1. ed. Digrapho Produções Culturais, Porto Alegre, 2021. p. 142-143. Catálogo de Acervo. Disponível em: https://acervomacrs.wpcomstaging.com/catalogo/. Acesso em 06 de abril de 2022.
|BANDEIRA,Larissa;SOUZA, Andrea; TROIS, Loide. A Maioridade do MACRS. Artes Visuais, In Revista Arte Sesc, Porto Alegre, 2013, p. 48-49-50-51. Disponível em: https://issuu.com/90406/docs/revista_arte_sesc_13 , Acesso em 06 de abril de 2022.
Eventos relacionados
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"Participei do Panorama com duas obras: Café Educativo (2007) e Desleituras (2011). O Café Educativo consistiu na instalação de um ambiente de café no espaço expositivo, cuja particularidade era ter o seu atendimento feito por um mediador do educativo, ao invés de um garçom. Servia também como um espaço de mediação espontânea, no qual o público podia ler revistas, jornais, assistir filmes e acessar a internet. A hobra que mais se relaciona a esta pesquisa é Desleituras. Foi produzida durante a fase da escrita da tese de doutorado, e portanto herdou parte da sua problemática, o que justifica o seu título. Foi pensada a partir de uma série de obras de minha trajetória recente, a qual consiste em híbridos de palavras escritas em tapetes de boas-vindas feitos de borracha, realizados em 2011, produzidas independentemente de um contexto específico. O texto contido é sempre construído a partir de misturas de palavras distintas que sugerem novas possibilidades de leitura e sentido (i.e FELISO, EULOGIO, FOMILIAR e DEUSEJO).
O objeto “tapete de boas vindas” por si só já carrega uma referência de mediação entre ambientes. Costumam ser usados em espaços fronteiriços entre um dentro e um fora, marcando uma passagem geralmente sinalizada por um texto amigável ou imagem informativa do território que estamos prestes a entrar. Seu uso como dispositivo de mediação nas visitas não seria portanto estranho a sua natureza funcional e simbólica". (BARRETO, 2012, p. 131 - 132), Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-10052013-153302/publico/JorgeMennaBarreto.pdf. Acesso em 05 de abril de 2022.
"Artista e educador brasileiro, Jorgge dedica sua prática e pesquisa à arte site-specific há mais de 20 anos. Seus trabalhos da série “Desleituras” são constituídos por palavras criadas a partir da mistura de termos distintos, escritos em tapetes coloridos de borracha. A ideia é que os tapetes possam ser reconfigurados pelo público no ambiente expositivo, gerando novas relações entre a expografia e as obras. Assim, operam enquanto dispositivos de mediação na medida em que atuam como disparadores de conversas sobre outros trabalhos. Pela ambiguidade apresentada nas palavras dispostas nos tapetes, sua abordagem é mais provocativa do que elucidativa. Dessa forma, não buscam gerar sentidos imediatos, mas manter um diálogo aberto entre o público e a exposição". Disponível em: https://www.instagram.com/p/CcGngmpu92n/. Acesso em 05 de abril de 2022.
|"Três artistas tiveram seus trabalhos agenciados pela galeria que os representa no Estadoxi: Jorge Menna Barreto, Saint Clair Cemin e Nélson Leirner. Dos três, somente Jorge Menna Barreto (São Paulo SP, 1970), não estava representado em coleções públicas no Rio Grande. Dele foi adquirido um conjunto de peças da série Poemas de Chão, capachos industriais fabricados unificando cores vivas e palavras construídas a partir da fusão de duas ou mais outras: trata-se de uma obra jovem e irônica, manipulando conceitos como o de objeto artístico/obra de arte e o de objeto artístico como portador de uma mensagem". (GOMES, 2017, p.09), Disponível em: http://academiademedicinars.com.br/wp-content/uploads/2021/08/2.3.-Museu-de-Arte-Contempor%C3%A2nea-do-Rio-Grande-do-Sul-MACRS-1.pdf. Acesso em 06 de abril de 2022.
|"MERGUOLHAR, DESVISÃO, EMOCEONADO, DEUSEJO, AUSENCIAMENTO, ANCORAÇÃO, DOCEANO, RELACHÃO, EULOGIO, FOMILIAR, LIVERDADE: as palavras aqui revela-mse enquanto matéria plástica, passíveis de serem torcidas, cortadas, modeladas, coladas, atiradas ao solo e reagrupadas, produzindo um novo chão". Disponível em: https://www.arteinformado.com/agenda/f/poemas-de-cho-66432. Acesso em 06 de abril de 2022.
|"Desleituras, ação artístico-educativa de Jorge Menna Barreto". (p. 58 - 65). Disponível em: https://piseagrama.org/por-que-obedecer/. Acesso em 05 de abril de 2022.
|"Com o exercício de associar uma ou mais palavras a uma obra ou conjunto, os tapetes funcionavam como disparadores de conversas sobre as obras. A ambiguidade dos termos trabalha a favor de um discurso aberto, sem um ponto de chegada definido. Como ferramenta educativa, portanto, os capachos distanciam-se de um discurso “esclarecedor”, atuando como provocadores ao invés de mediadores de um conteúdo a priori. (...) Os capachos habitam, assim, um território ambíguo, em trânsito entre obra, discurso crítico e dispositivo de mediação". Disponível em: http://cargocollective.com/jorgemennabarreto/desleituras. Acesso em 05 de abril de 2022.
|"São palavras que eu coleciono há anos, algo muito próximo da poesia concreta brasileira. A palavra vira imagem, e tu começas a fazer essa desconstrução - explica Menna Barreto. As palavras-poemas assumem cores variadas da paleta industrial de tapetes Kapazi, cuja fábrica em Curitiba foi usada pelo artista como ateliê. Como os tapetes, as palavras tornam-se matéria plástica e podem ser torcidas, cortadas, modeladas e reagrupadas no solo. - O desafio foi pensar como afastar o visitante do chão para que ele possa perceber a composição, e a Bolsa de Arte tem um mezanino que proporciona essa visão - diz Menna Barreto". Disponível em: http://cargocollective.com/jorgemennabarreto/desleituras. Acesso em 06 de abril de 2022.
|"Uma das mais importantes mostras da história da instituição apresenta obras de artistas relevantes e de diferentes gerações, compradas pelo Prêmio Marcantonio Vilaça da Funarte. No térreo e nas salas do 6º andar da Casa de Cultura, a exposição apresenta os trabalhos adquiridos pelo projeto, que dão um novo peso ao acervo do MACRS. Entre os 21 artistas, há nomes de diferentes gerações reconhecidos no circuito nacional e internacional, como Cildo Meireles, Carlos Vergara, Gil Vicente, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Regina Silveira, Rodrigo Braga, Rosângela Rennó e Saint Clair Cemin". Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/noticia/2014/12/Museu-de-Arte-Contemporanea-do-RS-abre-exposicao-MAC-21-4663745.html. Acesso em 06 de abril de 2022.