-
Breu
- Voltar
Miniatura

Compartilhe
Número de registro
MAC1437
Título
Breu
Série
INCURSÕES NOTURNAS
Autoria
Ano
2010 | 2011 | 2012
Denominação
Suporte/Mídia
Dimensões
4:3
Duração (minutos)
6'24
Tamanho do arquivo (MB)
538 MB
Local de produção
Notas descritivas
"BREU", uma videoarte da artista brasileira Lizângela Torres, faz parte da série "INCURSÕES NOTURNAS". O vídeo, com resolução de 1920 x 1080 pixels e duração de 6 minutos e 24 segundos, é uma imersão poética na escuridão noturna.Filmado dentro de um carro em movimento, em total escuridão, a obra capta a experiência visual e sensorial de percorrer uma estrada de chão batido à noite. A câmera acompanha os movimentos do corpo da artista, capturando blocos de tempo e espaço em um ambiente em constante transformação.A paisagem noturna se revela através do para-brisa, recortando o espaço da noite para o observador. A ausência de lua intensifica o breu, enquanto os faróis do carro lançam raios de luz que rasgam a escuridão, revelando fugazes vislumbres do terreno.Dunas de areia, troncos e pedras pintadas de branco surgem e desaparecem na escuridão, criando uma atmosfera de mistério e suspense. A música instrumental "Dark Tree" de Brian Eno acompanha a jornada, acentuando a sensação de desconcerto e contemplação.
Texto para etiqueta
LIZ NGELA TORRES
(João Pessoa, PB, Brasil, 1975)
BREU, 2010 - 2012
Série INCURSÕES NOTURNAS
Vídeo, SD, 4:3, cor, som, 6’24”
Doação artista
Aquisição
Doação artista
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
De acordo com a reflexão da própria artista, Lizângela Torres, "BREU" é uma imersão no movimento entre as substâncias da noite, uma reação constante em um acontecimento que nunca cessa de reagir. Nas "Incursões Noturnas", seja em um deslocamento a pé ou de carro, delineia-se a figura do flâneur, vagando sem um propósito definido, atravessando um tecido do passado e transformando a cidade ou as estradas em um "recurso mnemônico".A estrada, nesse contexto, torna-se uma metáfora de uma jornada temporal ou de uma mudança histórica, abrigando uma multiplicidade de significados: desde o tempo contínuo até o disjuntivo, o acesso ao inconsciente individual e coletivo, passando por perdas, desejos, semelhanças, distorções e a ruptura dos limites na percepção visual.A noite vivenciada pela artista no espaço natural é então transmitida através da fotografia e do vídeo, combinados em um ambiente escuro que permite a manifestação da noite transfigurada. Por outro lado, uma outra noite é proposta quando apresentada em um espaço expositivo, pois enquanto a primeira representa um plano de todas as possibilidades e virtualidades, uma zona de indeterminação, a segunda é um recorte desta, uma elaboração, uma virtualização, um simulacro da noite para a experiência compartilhada com o espectador.
Autoria
Comentários/Dados históricos
A obra é datada de 2010-2012, de autoria da artista Lizângela Torres (1975, João Pessoa, Brasil),e intitulada “BREU”, faz parte da série “INCURSÕES NOTURNAS”. É uma videoarte gravada em Torres, litoral do Rio Grande do Sul, com trilha sonora de Brian Eno (1948, Melton, Reino Unido), com a canção "In Dark Trees".O trabalho foi doado ao Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), pela artista, através do projeto “Idades Contemporâneas”, de 2012 - que teve como um dos objetivos a criação do núcleo de videoarte do MACRS.
|A obra “BREU” da série “INCURSÕES NOTURNAS” , é uma videoarte da artista brasileira Lizângela Torres.
O vídeo de 1920 x 1080 pixels e duração de 6’24, apresenta a filmagem de uma câmera se movimentando junto ao corpo da artista, que filmou esta obra dentro de um carro em movimento, em um breu.
Segundo a descrição da artista em sua tese de 2016:
“ A obra enfatiza um ambiente escuro, a luz advinda das fotografias avança em direção ao observador. Uma espécie de cabine de paredes curvas acolhe os movimentos das imagens e dos espectadores. O corpo/luz das fotografias altera-se de acordo com a passagem das imagens.
A câmara fotográfica, ao acompanhar o movimento junto ao seu corpo, captura blocos de tempo/espaço do movimento percorrido
Do interior de um carro em movimento por uma estrada de chão batido, à noite, a paisagem força a massa de escuridão para tornar-se visível. Segurando a câmera um pouco abaixo dos olhos, o para-brisa recorta o espaço da noite a ser observado, enquanto os disparos do obturador acontecem. Do deslocamento dos corpos, corpo/câmara, surgem, no acaso da situação, imagens de características indeterminadas que se mostram nítidas.
Dunas de areia atravessadas pela estrada asseguram sua presença numa brancura fantasmática na memória da experiência. Os faróis, que se estendiam poucos metros à frente do carro, preservaram-se no mistério da sombra da noite. É uma noite sem lua, o que favorece a intensificação do breu. Ao encontro da noite profunda, a luz produz rasgos na massa da espessidão que, na velocidade baixa do carro, revelava rastros no solo arenoso, pedras e troncos pintados de branco, que logo na passagem das rodas voltaM a ser engolidos pelo breu, compondo o feltro da noite.
O vídeo apresenta uma imagem desfocada em movimento num percurso noturno, que busca a definição da forma e, logo que a encontra, volta a perdê-la outra vez, ao som de “Dark Tree”, música instrumental de Brian Eno. Uma esfera amarela aparece no horizonte noturno, uma grande lua de fogo, no deslocamento pela estrada escura, transforma-se em lâmpada do poste.
O olhar da noite reagindo ao nosso olhar, evidenciando, naquele que olha a noite, um embate com o outro eu.”
Exposições e prêmios
-Exposição: Ocaso. Plataforma Espaço de criação. Porto Alegre, 2012.
|-Exposição: Idades Contemporâneas. Galeria Sotero Cosme, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul(MACRS), 6º andar, Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), Porto Alegre, 2012.
|-Exposição:O Silêncio antes da Sombra. Galeria Sotero Cosme, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul(MACRS), 6º andar, Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), Porto Alegre, 2021.
|Exposição: MACRS FPS, Galeria Virgilio Calegari, MACRS, 2023
Histórico de publicações
BULHÕES, Maria; PELLIN, Vera; VENZON, André [org]. Catálogo acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 1. ed. Digrapho Produções Culturais, Porto Alegre, 2021. p.161. Catálogo de Acervo. Disponível em: https://acervomacrs.wpcomstaging.com/catalogo/ Acesso em 03 de junho de 2022.
|CUNHA, Eduardo. Lizângela Torres em Incursões Noturnas: notas sobre a poética das sombras projetadas pela artista. Novas Propostas pelos Artistas: o VIII Congresso CSO'2017. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/179083/001066886.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em 24 de fevereiro de 2023.
|TORRES, Lizângela. INCURSÕES NOTURNAS: situações obscuras para a experiência indeterminada. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2016. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/165655/001015696.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em 27 e fevereiro de 2023.
Eventos relacionados
Mídias relacionadas
“À noite, através de uma zona indeterminada, o vacilo da imagem pelo deslocamento incessante gera o suspense da ação. Esta proposta de videoarte é parte integrante da videoinstalação de mesmo título – "Breu", desenvolvida entre os anos de 2010 e 2012, pela artista visual Lizângela Torres. Trilha de Brian Eno - "In Dark Trees". (TORRES, 2021, doc.eletr). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9Sk9r8OUTR8 . Acesso em 24 de fevereiro de 2023.
|“Em outra Incursão Noturna, uma estrada no município de Torres, no litoral extremo norte do RS, é percorrida à noite. O fluxo do movimento, em todo o seu devir no tempo, é registrado em vídeo. Dunas de areia atravessadas pela estrada asseguram sua presença numa brancura fantasmática na memória da experiência. Os faróis, que se estendiam poucos metros à frente do carro, preservaram-se no mistério da sombra da noite. Era uma noite sem lua, o que favoreceu a intensificação do breu. Ao encontro da noite profunda, a luz produzia rasgos na massa da espessidão que, na velocidade baixa do carro, revelava rastros no solo arenoso, pedras e troncos pintados de branco, que logo na passagem das rodas voltavam a ser engolidos pelo breu, compondo o feltro da noite. O vídeo apresenta uma imagem desfocada em movimento num percurso noturno, que busca a definição da forma e, logo que a encontra, volta a perdê-la outra vez, ao som de “Dark Tree”, música instrumental de Brian Eno. Uma esfera amarela aparece no horizonte noturno, uma grande lua de fogo, no deslocamento pela estrada escura, transforma-se em lâmpada do poste. Intitulado Breu, o vídeo foi apresentado na exposição “Ocaso”, em um monitor LCD situado dentro de um ambiente escuro, como uma cabine, de 1m de largura por 2,5m de profundidade. Abaixo do monitor, uma caixa de feltro com tampa mantinha o breu. O espaço foi criado para ser experienciado através da observação do vídeo e manipulação da caixa. O interior da caixa é revestido com dobras de feltro preto, desenvolvido para o partícipe aventurar-se na experiência indeterminada do breu. A vivência do deslocamento para a escuridão do indeterminado, onde aparições inesperadas apontam e logo se ausentam antes mesmo de serem reconhecidas, assoma na condição de experiência artística. O próprio percorrer a estrada já configura a obra.” (TORRES, 2016, p. 80-81). Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/165655/001015696.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em 27 de fevereiro de 2023.
|“No MACRS, nos espaços da Casa de Cultura Mario Quintana, reunidas sob a designação de “Idades Contemporâneas”, encontram-se três diferentes mostras, com obras de artistas cuja produção recente será incorporada ao acervo do Museu. Na primeira seção, alocada na Galeria Sotero Cosme, a curadora Ana Zavadil apresenta “Poéticas em Paralelo”, com artistas que situam o seu intervalo de ação a partir da virada deste novo século. As obras escolhidas foram todas concebidas para esta exposição, sem um tema específico, pois o que está proposto é um cotejamento entre diferentes projetos estéticos contemporâneos. Em uma sala escura, no fundo desta mesma galeria, os curadores Paulo Gomes e Marcelo Gobatto organizaram a mostra “Corpoimagem” com uma coleção mais de 40 artistas que trabalham em vídeo. São filmes e propostas que, segundo os curadores, “têm renovado tanto a produção do que vemos como a forma de os artistas se relacionarem com o cinema.” Os vídeos que estão sendo apresentados em quatro telas em sequência contínua inauguram o Núcleo de Videoarte do MACRS. Almofadas e fones de ouvido facilitam a audição e dão conforto aos espectadores.” (PRESTES, 2015, doc.eletr). Disponível em: https://www.ufrgs.br/artereflexoes/site/2015/12/21/as-artes-visuais-em-muitas-cenas/ . Acesso em 01 de março de 2023.