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Atravessamentos
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Miniatura
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Número de registro
MAC1438
Título
Atravessamentos
Série
Lugares
Autoria
Ano
2005
Denominação
Suporte/Mídia
Dimensões
16:9
Duração (minutos)
4'44
Tamanho do arquivo (kb)
124KB
Edição/estado
1/5
Notas descritivas
O vídeo possui uma resolução de 720 x 480 pixels e uma duração de 4 minutos e 44 segundos, "Atravessamentos" apresenta uma composição visual complexa e evocativa. A sobreposição de diferentes focos e momentos de impressões deixadas pelo vento e pela água sobre a areia da praia cria uma narrativa visual fluida e em constante transformação. O vídeo é acompanhado por um som calmante, composto apenas pelo vento suave e pelo barulho das pequenas ondas quebrando na costa. Os passos fluidos pelo passar na água complementam a atmosfera tranquila e serena da obra. As cores predominantes são claras e suaves, variando entre tons de azul, branco e terroso, lembrando a delicadeza dos tons pastéis. A sobreposição de imagens e a repetição de padrões sugerem uma reflexão sobre a passagem do tempo e a transitoriedade da vida. Os créditos finais em cor branca encerram a obra de forma sutil.
Texto para etiqueta
SANDRA REY
(Porto Alegre, RS, Brasil, 1953)
Atravessamentos, 2005 - 2012
Série Lugares
Vídeo HD, 16:9, cor, som, 4’44”
Doação artista
Aquisição
doação artista, 2014
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
"Atravessamentos" é uma videoarte concebida pela artista brasileira Sandra Rey, gravada ao longo do período entre 2005 e 2012. A obra busca explorar a interação entre elementos naturais, como água, vento e areia, capturando momentos efêmeros e poéticos em uma praia deserta. Através da repetição e da sobreposição de imagens, a câmera cria um "atravessamento" visual que convida o espectador a contemplar a paisagem de forma introspectiva. Desde as margens da Ilha de Tinharé, na Bahia, até os solitários Molhes da Barra, em São José do Norte, RS, e além, "Atravessamentos" nos leva numa jornada através dos lugares mais íntimos da Terra. Mas não é apenas a geografia que se entrelaça nessas imagens. É a própria essência da existência humana, ecoando as palavras de Carlos Drummond de Andrade: "Como é o lugar quando ninguém passa por ele? Existem coisas sem ser vistas?".
Autoria
Comentários/Dados históricos
A obra é datada de 2005 - 2012, de autoria de Sandra Rey (1953, Porto Alegre, Brasil), e intitulada “Atravessamentos”. Segundo a artista, as imagens que constituem a instalação “Lugares” são provenientes dos “arquivos de deslocamento” que guardam o registro de caminhadas realizadas junto à natureza, em lugares diversos, desde 2003.O trabalho foi doado ao Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), pela artista, através do projeto “Idades Contemporâneas”, de 2012 - que teve como um dos objetivos a criação do núcleo de videoarte do MACRS
Exposições e prêmios
Exposição: Idades Contemporâneas. Galeria Sotero Cosme, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul(MACRS), 6º andar, Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), Porto Alegre, 2012.
|Exposição: Cine Open Air GHC, Sunset Garden, Grande Hotel Canela, Canela, 2022.
|-Exposição: Incertezas em Gaia. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul(MACRS), 6º andar, Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), Porto Alegre, 2023.
|Exposição: MACRS FPS, Galeria Virgilio Calegari, MACRS, 2023
Histórico de publicações
BULHÕES, Maria; PELLIN, Vera; VENZON, André [org]. Catálogo acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 1. ed. Digrapho Produções Culturais, Porto Alegre, 2021. p.238. Catálogo de Acervo. Disponível em: https://acervomacrs.wpcomstaging.com/catalogo/ Acesso em 03 de junho de 2022.
|REY, Sandra. Operando por cruzamentos – processos híbridos na arte atual. cercomp, UFRGS. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/779/o/SandraRey.pdf . Acesso em 25 de fevereiro de 2023.
|REY, Sandra [org]. Fazer e Desfazer a Paisagem. UFRGS, Instituto de Artes, PPGAV, Porto Alegre, 2012, p. 28-32. Catálogo de Exposição. Disponível em: https://www.sandra-rey.com/_files/ugd/b21dee_34961851e86e4329889560bce91306f4.pdf , Acesso em 17 de junho de 2022.
|REY, Sandra. Caminhar: experiência estética, desdobramento digital. revista porto arte: porto alegre,v. 17, nº 29, novembro/2010. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/index.php/PortoArte/article/view/23329/13403 . Acesso em 25 de fevereiro de 2023.
|FETTER, Bruna. Espelho D’água. 2012. Disponível em: https://www.sandra-rey.com/_files/ugd/b21dee_de6d6686601a495e9259c59ca8e57e35.pdf . Acesso em 25 de fevereiro de 2023.
Eventos relacionados
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“Instalação que articula três grupos de trabalhos e um vídeo apresentando fragmentos de paisagem extraídas de fotografias registradas durante caminhadas realizadas em lugares como Ilha de Tinharé, BA (2012), Molhes da Barra, São José do Norte, RS, Deserto de Atacama, Chile, Jardim de Monet, Giverny, França, (2009), Kingston Gardens, Londres (2009), Chapada Diamantina, BA (2005).
A dimensão processual dos deslocamentos na natureza se constitui enquanto fim em si, ao mesmo tempo que engloba a produção de uma experiência que se tece na rede de relações estabelecidas a partir do lugar.
Na exígua ante-sala do Studio Clio, 143 fotografias de fragmentos de paisagens realizadas em lugares mais ou menospróximos e bem distantes, colocando-os em relação com um fragmento do poema “A Suposta Existência”, de Carlos Drumond de Andrade:"Como é o lugar quando ninguém passa por ele? Existem as coisas sem ser vistas?".
– O que trama a relação entre lugares tão diversos e distintos reunidos numa mesma instalação? O seu atravessamento.
As imagens que constituem a instalação são provenientes dos “arquivos de deslocamento” que guardam o registro de caminhadas realizadas junto à natureza, em lugares diversos, desde 2003. Os arquivos de deslocamento é um work in progress (atualmente com cerca de 20 mil imagens) que guarda a documentação de ações de deslocamento junto à natureza, através de narrativas visuais fragmentadas, e servem de reservatório para a criação de montagens e instalações a partir da relação arte e vida e de experimentações que desdobram e resignificam os dados do real”. (REY, 2012, doc.eletr). Disponível em: https://www.sandra-rey.com/lugares . Acesso em 25 de fevereiro de 2023.
“Os barcos que navegam as águas de qualquer rio carregam em si o rio e as paisagens pelas quais deslizam. Em cenários flutuantes, árvores, céu, água espelhada. Deslocamentos fluídos ao ritmo da correnteza e da brisa fazem dançar a vegetação, questionam as margens e obrigam as raízes a se suspenderem, num precário equilíbrio emaranhado. Os espelhos formados pelas águas – como os barcos – são acessos, pontes móveis que conectam realidades distintas, existências várias.Para entender um espelho, primeiro temos que entender a luz. Temos que entender o processo de virtualização que reflete a realidade, imitando-a até o limite dos índices de incidência e reflexão. Para Foucault, o espelho age como um espaço de negociação entre o utópico e o heterotópico, um lugar onde ideal e real parecem se encontrar por fragmentos de momento, para logo se desencontram em suas possibilidades. É nesse “lugar sem lugar” que o virtual toma forma e abriga os trabalhos de Sandra Rey apresentados nesta exposição.” (FETTER, 2012, p.01). Disponível em: https://www.sandra-rey.com/_files/ugd/b21dee_de6d6686601a495e9259c59ca8e57e35.pdf . Acesso em 27 de fevereiro de 2023.
|“[...] retornemos ao nosso projeto: a primeira prática é constituída pelas ações de deslocamento junto a lugares geográficos; supõe-se a mobilidade levando em conta a experiência de desterritorialização, visto que as imagens são tomadas em situações de deslocamento: viagens, passeios, trajetos e derivas. o objetivo é recolher imagens do mundo enquanto produtos dos deslocamentos nas paisagens. imagens captadas de maneira informal, às vezes distraída e sem ambição de fazer uma foto muito bem-sucedida. trata-se, sobretudo, de pensar a fotografia a partir de seu funcionamento elementar e de seu processo reduzido ao dispositivo físico que a sustém: de um lado a representação das coisas do mundo e, de outro, o atestado de sua existência. as fotos denotam por vezes um olhar de viés, que procura desviar do primeiro plano. um olhar sempre fragmentado pelo ato de enquadrar e, na maior parte do tempo, resistente ao que se dá como espetáculo. um olhar que procura a experiência estética na ordem da natureza (ainda) e que se quer pouco contaminado pelas determinações da cultura de massa. um olhar atento ao que não é levado em conta na experiência cotidiana e que marca, guarda a memória visual de uma passagem.” (REY, 2009, p.113). Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/index.php/PortoArte/article/view/23329/13403 . Acesso em 27 de fevereiro de 2023.
|“No MACRS, nos espaços da Casa de Cultura Mario Quintana, reunidas sob a designação de “Idades Contemporâneas”, encontram-se três diferentes mostras, com obras de artistas cuja produção recente será incorporada ao acervo do Museu. Na primeira seção, alocada na Galeria Sotero Cosme, a curadora Ana Zavadil apresenta “Poéticas em Paralelo”, com artistas que situam o seu intervalo de ação a partir da virada deste novo século. As obras escolhidas foram todas concebidas para esta exposição, sem um tema específico, pois o que está proposto é um cotejamento entre diferentes projetos estéticos contemporâneos. Em uma sala escura, no fundo desta mesma galeria, os curadores Paulo Gomes e Marcelo Gobatto organizaram a mostra “Corpoimagem” com uma coleção mais de 40 artistas que trabalham em vídeo. São filmes e propostas que, segundo os curadores, “têm renovado tanto a produção do que vemos como a forma de os artistas se relacionarem com o cinema.” Os vídeos que estão sendo apresentados em quatro telas em sequência contínua inauguram o Núcleo de Videoarte do MACRS. Almofadas e fones de ouvido facilitam a audição e dão conforto aos espectadores.” (PRESTES, 2015, doc.eletr). Disponível em: https://www.ufrgs.br/artereflexoes/site/2015/12/21/as-artes-visuais-em-muitas-cenas/ . Acesso em 01 de março de 2023.