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"Escovas: “Examinando minha escova de cabelos, fiquei fascinada pelo movimento das cerdas…” O impulso ainda é o mesmo: a procura do objeto próximo, do cotidiano, anônimo. Mas o olhar mudou, progressivamente: o que interessa agora é o movimento das linhas e das massas. O foco deslocou-se de um referencial predominantemente afetivo, para outro, basicamente formal. É a fase de transição da não cor. Escovas, escovas e escovas. O objeto é olhado, estudado, manuseado. O gesto que vai se soltando progressivamente. A forma que vai acompanhando a crescente liberdade. Necessidade de entrar “dentro da escova, semelhante a um fio de cabelo…”. Pronto, o grande passo foi dado: do estudo do objeto ao mergulho em seu interior; da documentação da sua forma externa ao registro de suas potencialidades propriamente formais. A escova descabelada, desmontada, destruída - e o desenho, pelo contrário, cada vez mais livre e forte. O prazer de confeccionar o material, o prazer de mergulhar no objeto, implodi-lo; o prazer do fazer, do gesto, da sensualidade dos materiais (pastel preto, grafite e, em alguns trabalhos, purpurina preta)". (CATTANI, 1988, p. 04-05). Disponível em: https://dglb26w8rx2ld.cloudfront.net/000_clients/3235031/file/i21319bHkum7SX8l.pdf. Acesso em 10 de maio de 2022.

"Série de 12 desenhos em pastel preto, grafite e pastel branco sobre papel colado em tela. O conjunto de trabalhos tem a mesma origem: a observação diária de uma escova de cabelos. Essa série foi apresentada na primeira exposição individual da artista realizada nas Salas Negras do MARGS, Porto Alegre/RS, em 1988". (TESSLER, 1988, doc.eletr). Disponível em: https://www.elidatessler.site/desenhos. Acesso em 10 de maio de 2022.

"O Torreão, espaço criado para ser ateliê dos artistas, Elida Tessler e Jailton Moreira, mas que possuía outra função: pensar a arte contemporânea em todas as suas manifestações, criando diálogos, debates e exposições. O Torreão atuou por 16 anos, de 1993 a 2009, e constituiu-se num importante lugar para a arte, trazendo artistas expressivos do cenário regional, nacional e internacional. Como iniciativa coletiva de artistas, destacou-se por ter um posicionamento capaz de questionar as instâncias institucionais e abrir possibilidades para apresentar a arte de maneiras instigantes, destacando as intervenções realizadas no espaço denominado Torre. Ofereceu cursos sob a orientação de Jailton Moreira e se impôs no cenário nacional, influenciando outros coletivos de artistas. No período inicial de suas atividades, dialogou com MAC/RS e foi um espaço que contribuiu para a renovação do sistema de artes local". (MACHADO, 2011, p. 09-10). Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/5200/MACHADO%2C%20ANA%20MERI%20%20ZAVADIL.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 10 de maio de 2022.

"Em 1987 comprei minha primeira câmera de vídeo. Além de documentar meus trabalhos, registrava as exposições de alguns amigos pelo prazer do convívio e para anotar as coisas que me interessavam no momento. Ao gravar esses vídeos, estabelecia uma conversação sobre as razões de suas realizações. Eram registros absurdamente amadores, sem qualquer perspectiva de edição, filmados linearmente, sem direito a ponderações ou regressos. Assim, numa manhã fria de 1988, estava junto de grandes desenhos em pastel preto, nas Salas Negras do MARGS, conversando e gravando a primeira individual de Elida Tessler. Eram desenhos em que grafismos explosivos percorriam as superfícies dos papéis colados nos tecidos de algodão esticados sobre bastidores.Trajetos indicando tensões dinâmicas abstratas. Seria difícil e desnecessário adivinhar que a origem daqueles chumaços de linhas concentradas derivava de desenhos de formação quando a artista havia escolhido um objeto muito pessoal para conviver, contemplar e estudar: a sua escova de cabelos. Para quem não a conhece, Elida desde sempre exibe uma volumosa cabeleira ruiva. Na última cena filmada naquele dia, ela se encontra no terraço do museu, olhando a cidade. Zoom entra lentamente em direção aos cabelos iluminados pela luz a pino. O cobre vira ouro. Fade out. Comentário de Jailton Moreira, 2013". (MOREIRA, 2013, p. 63). Disponível em: http://iberecamargo.org.br/wp-content/uploads/2018/10/catalogo_elida-tessler-gramatica-intuitiva.pdf. Acesso em 10 de maio de 2022.

"Desde o início de sua trajetória artística, quando, aos vinte e sete anos, fez sua primeira exposição individual, intitulada Desenhos, Elida já anunciava seu interesse pelo tempo, por fixar a passagem inevitável do tempo, segurar as cerdas da escova de cabelos com as mãos sujas de preto (gesto que dá corpo aos quadros de Desenhos), criar um tempo de pausa, observação, demorar-se – que é, também, fruto de um exercício de lentidão, do - saber deixar passar o tempo-" (BOSI, 2019, p. 336). Disponível em: https://sistema.atenaeditora.com.br/index.php/admin/api/artigoPDF/22899. Acesso em 10 de maio de 2022.

"A Medida do Gesto apresentou obras de 29 artistas do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, em uma parceria com alunos e professores do Departamento de Artes Visuais da UFRGS". Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/118422. Acesso em 10 de maio de 2022.

“Com a estratégia de rotatividade das obras expostas, as substituições geram recombinações que procuram propor novos diálogos e chaves de compreensão, oferecendo ao público uma exposição sempre viva e dinâmica, que aposta na experiência mais do que nos discursos, e na descoberta mais do que nas verdades. Agora, com a ocupação do 1º andar expositivo do MARGS, ‘Acervo em movimento’ sela um reencontro simbólico, pois foi neste mesmo espaço que o programa estreou, marcando o início da gestão 2019-2022. Desde então, passou a circular pelo Museu, ocupando diferentes salas e galerias, sempre como uma exposição de acervo de longa duração, porém com rotatividade de obras. E sempre com o mesmo compromisso e responsabilidade: implementar uma política de exibição permanente dedicada à apresentação pública do acervo do MARGS”. (DALCOL, 2022, doc.eletr). Disponível em: https://www.margs.rs.gov.br/midia/acervo-em-movimento-aquisicoes-2019-2022/. Acesso em 21 de dezembro de 2022.