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Planta
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Número de registro
MAC0153
Título
Planta
Série
X – ∞
Autoria
Ano
2003
Denominação
Material/Técnica
Suporte/Mídia
Dimensões
100 x 100 cm
Local de produção
Texto para etiqueta
LEÓN FERRARI
(Buenos Aires, Argentina, 1920 – Buenos Aires, Argentina, 2013)
Planta, 2003
Série X – ∞
Heliografia sobre papel, 100 x 100 cm
Doação Eduardo Veras
Aquisição
Doação Eduardo Veras
Créditos da fotografia
Condições de reprodução
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
A obra Planta, de Leon Ferrari, faz parte de uma série chamada "Arquitetura da Loucura”, desenvolvida ao longo do período em que o artista esteve exilado da ditadura militar argentina, em São Paulo, no Brasil. Esta série vale-se de referências e procedimentos empregados em projetos arquitetônicos, à época, para desenvolver obras cujo aspecto geral - ordem, equilíbrio, lógica espacial - são tensionados a partir de uma observação mais atenta aos elementos do trabalho.
Na obra Planta especificamente, percebemos uma figura central, um pequeno ícone típico de representação da figura humana, ao redor do qual distribui-se uma série de ícones de ambientes domésticos - camas, sofás, banheiros, fogões, portas, mesas, pessoas, paredes, corredores… Esses mais variados elementos vão ocupando a totalidade do espaço do papel de um modo aparentemente ordenado. No entanto, configuram espaços absurdos, locais sem saída, camas posicionadas em corredores, pessoas desorientadas, reunião de fogões, etc. A solidão do sujeito central diante dessa espécie de labirinto doméstico absurdo nos permite criar relações tanto com o momento em que a obra foi desenvolvida, quando Ferrari encontrava-se exilado em um país também governado por uma ditadura militar violenta e cerceadora, quanto com o presente, em que vemos o mundo “natural” cada vez mais e de modo irreversível sendo tomado pelo mundo da “cultura”.
Autoria
Comentários/Dados históricos
A obra é datada de 1980-2003, de autoria do artista León Ferrari (1920 - 2013, Buenos Aires/AR), e intitulada “Planta”. O trabalho faz parte de uma série de planos, que começaram no momento em que Ferrari estava exilado no Brasil (1976), utilizando a heliografia, técnica tradicionalmente empregada pelos arquitetos, ele inventou mundos labirínticos que se tornaram parte de uma série chamada “A arquitetura da loucura”. Esses múltiplos no papel usam a modelagem arquitetônica para representar planos de cidade deliberadamente irreais e estruturas arquitetônicas falsas, proliferantes e às vezes absurdas. Outras vezes, as linhas reproduzem, em um nível mais básico, padrões de comportamento de massa. O trabalho foi doado ao Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), por meio de colecionador.
Exposições e prêmios
- Exposição: Volúpia Construtiva - Prazer e Ordenamento em Desenho sobre papel no Acervo MACRS. Galeria Sotero Cosme, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6 º andar, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre, RS , 2014.
|- Exposição: Arte Contemporânea RS. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6 º andar, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre, RS, 2020- 2021.
|- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS. Galeria Xico Stockinger, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), 6 º andar, Casa de Cultura Mário Quintana. Porto Alegre, RS, 2022.
|- Exposição: Matéria Difusa - Um olhar sobre a coleção MACRS, Recorte Língua Viva. Galeria Edmundo Rodrigues, Complexo Palacete Pedro Osório, Bagé, RS, 2022.
Histórico de publicações
BULHÕES, Maria; PELLIN, Vera; VENZON, André [org]. Catálogo acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. 1. ed. Digrapho Produções Culturais, Porto Alegre, 2021. p. 154. Catálogo de Acervo.
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"Exilado em 1976 no Brasil, iniciou uma série de planos utilizando a heliografia, técnica tradicionalmente empregada pelos arquitetos, até o advento dos computadores, para reproduzir seus desenhos. Combinando ícones de letraset com esboços à mão, ele inventou mundos labirínticos que se tornaram parte de uma série chamada “A arquitetura da loucura”. De um ponto de vista distante, as grandes imagens parecem padrões caóticos de paredes, pessoas, móveis e carros. Olhando mais de perto é possível perceber que os símbolos encenam situações paradoxais em que, ou seja, as pessoas fazem fila para entrar em espaços vazios ou ficam confinadas em uma série de pequenos cubículos. Os paradoxos podem ser lidos como metáforas das cidades contemporâneas onde os alienados vagueiam – sem lógica aparente – por padrões urbanos irracionais. As obras transformam os desenhos técnicos em um dispositivo narrativo e simbólico carregado de sarcasmo". Disponível em: https://socks-studio.com/2014/01/31/the-architecture-of-madness-leon-ferraris-heliographias/. Acesso em 25 de abril de 2022.
|"A aproximação de Ferrari da máquina, para fins reprodutivos, ou como fonte de inspiração para suas criações em sua estada em São Paulo, deu-se tanto nas reproduções de sua obra gráfica com fotocopias, como na utilização de novos meios como a heliografia usada como suporte para suas composições. Essas foram concebidas por outro meio mecânico de incorporação de “sinais gráficos”: por meio da figura, ausente de seus trabalhos, mas que comparece a partir da apropriação do vocabulário de letraset. Ou seja: é a mão do artista que projeta a composição, a partir de elementos modulares do letraset. Elementos básicos para projetos arquitetônicos, – onde aparecem como inodoros, neutros, despersonalizados - esses módulos adquirem um caráter peculiar nas mãos de Ferrari, que infunde vida, senso de humor, em ironia fina a seus babilônicos interiores ou às visões impressionantes das multidões de carros em passagens de nível, rodovias, anéis rodoviários, movido evidentemente pela visão urbana caótica, ao mesmo tempo que excitante e fervilhante, de um grande centro urbano como São Paulo. Nesse fazer manipulando elementos “pré-fabricados” percebia-se que Leon Ferrari se comprazia na descoberta do novo meio". (AMARAL, s.d, p.03). Disponível em: http://www.cbha.art.br/coloquios/2004/anais/textos/16_aracy_amaral.pdf . Acesso em 25 de abril de 2022.
|Leon Ferrari, Heliografías. Disponível em: https://leonferrari.com.ar/heliografias/. Acesso em 25 de abril de 2022.
|"Fugindo da ditadura militar em seu país natal em 1976, o artista se refugiou em São Paulo, Brasil. Foi lá que ele fez suas primeiras “heliografias”. Esses múltiplos no papel usam a modelagem arquitetônica para representar planos de cidade deliberadamente irreais e estruturas arquitetônicas falsas, proliferantes e às vezes absurdas. Outras vezes, as linhas reproduzem, em um nível mais básico, padrões de comportamento de massa. Sob sua superfície lúdica e hipnotizante, as obras de Ferrari são metáforas para um mundo super organizado e determinado, desmascarando o caráter altamente estruturado e potencialmente opressivo e aporético do planejamento urbano moderno. Os fluxos de carros ou pessoas simbolizam a reificação dos citadinos transformados em robôs ou móveis urbanos. O funcionalismo gráfico de superfície se transforma em ornamento. Poder-se-ia ir mais longe e discernir nessas representações, modeladas na uniformização e na organização, uma relação metafórica com uma ordem militar. O planejamento urbano, a cartografia, os modelos em escala e, mais geralmente, uma visão panorâmica do mundo foram desenvolvidos para fins estratégicos, militares e de guerra. Uma política generalizada de olhar e conhecimento a serviço da lógica de dominação e conquista". Disponível em: http://collection.fraclorraine.org/collection/print/651?lang=en. Acesso em 25 de abril de 2022.
|Planta, Leon Ferrari. Disponível em: https://artsandculture.google.com/asset/planta/jwEvXid6QpgCmw?hl=pt-BR. Acesso em 25 de abril de 2022.
|León Ferrari, Untitled from the series Heliographs (Heliografías) , 1986, signed 2007. Disponível em: https://www.moma.org/collection/works/109797 . Acesso em 25 de abril de 2022.
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