A obra “Nhemongarai II”, de Xadalu, realizada no ano de 2022, trata-se de uma impressão em têxtil, com 127 x 67 cm, com a representação de um milho numa tonalidade amarelo ouro e com pedúnculo branco, com contorno em amarelo numa tonalidade um pouco mais clara. O milho ocupa quase a totalidade de um fundo verde musgo com 48 pontos de luz brancos distribuídos pela superfície aleatoriamente. Nas partes superior e inferior da obra há bordas com 21 setas verticais cada na tonalidade marrom e com contorno preto. No interior de cada seta há uma estrela em menor dimensão, também com contorno preto. Na parte inferior da obra, acima da borda, é possível observar a presença de título, subtítulo, assinatura do artista e número de série da impressão.
Nhemongarai II, 2023
Impressão sobre tecido
129,5 cm x 63,5 cm
Doação Guilherme Balle por intermédio do projeto Territórios Gastronômicos em parceria com o RS Criativo
Aquisição
Doação Guilherme Balle por intermédio do projeto Territórios Gastronômicos em parceria com o RS Criativo, 2022
O uso de imagens e documentos é permitido para trabalhos escolares e universitários com caráter de pesquisa e sem fins lucrativos. Junto à reprodução, deve sempre constar obrigatoriamente o crédito à fonte original (quando houver) junto ao crédito: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Os direitos autorais são de propriedade de seus respectivos detentores de direitos, conforme a Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei no 9.610/1998). O MACRS não detém a propriedade de direitos autorais e não se responsabiliza por utilizações indevidas praticadas por terceiros.
Textos críticos
Texto Crítico
“Nhemongarai II” é uma obra do artista Xadalu que assim como seus outros trabalhos, representa elementos da cultura indígena, presente na vida e obra do artista. Dione Martins da Luz é o nome de batismo do artista; Xadalu, seu apelido e; Tupã Jekupé, seu nome de batismo indígena, que utiliza como seu nome artístico, demonstrando sua afinidade com a comunidade Guarani Mbya. O título da obra, Nhemongarai, faz referência ao ritual do milho da comunidade Guarani Mbya, que segundo o cacique Mburuvixá Tenondé Cirilo Karai (2021) vem sendo esquecido pelas novas gerações indígenas em decorrência do contato com novas tecnologias. O milho, é um elemento vital na cultura indígena e “através dele que se faz uma cerimônia chamada Nhemongarai (revelação) onde se sabe de que cidade celestial as almas da pessoa vêm e sua missão aqui na terra para depois voltar ao seu lugar de origem.” (Xadalu, 2021). Através da cor do milho, representada na impressão com cores saturadas e vibrantes, o artista também realiza uma crítica à “cultura de alimentação transgênica” e a contaminação de alimentos por indústrias, prejudicando a saúde da população e ciclo de vida de animais, como a abelha, que contribuem para a monocultura indígena. (Corpo Futuro, 2021)
Projeto Territórios gastronômicos
De autoria do Food Designer Guilherme Cramer Balle e elaborada pela empresa Growth – Food Business Design, esta foi uma ação de lançamento do Festival Territórios RS Criativo em parceria com a Casa de Cultura Mário Quintana e o RS Criativo. A partir do estudo de ingredientes característicos do RS e procurando ressaltar suas origens e seus territórios, foi desenvolvida uma ativação que conecta a gastronomia, mixologia e a arte. Uma experiência de consumo transformadora que ainda gera impacto positivo social.
Exposições e prêmios
+ Acervo: caminhos para as aquisições do MACRS, Galeria Sotero Cosme, MACRS, 2024
HERKENHOFF, PAULO. Xadalu e Guaranis: Diagramas de alteridade e trocas. In: CORPO FUTURO. Site oficial. Disponível em: https://www.corpofuturo.com/xadalu. Acesso em: 11 out. 2024.
|
KARAI, M. T. C. Invasão Colonial “Ivy Opata” - A Terra vai acabar. In: CORPO FUTURO. Site oficial. Disponível em: https://www.corpofuturo.com/xadalu. Acesso em: 11 out. 2024.
|
SILVA, Z. A. C. A Arte de Xadalu: Resistência à invisibilidade indígena. Dissertação. Programa de Mestrado Profissional em Artes. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023.
|
SANTANA, H. R. M. Xadalu - Arte indígena contemporânea e ativismo urbano. Monografia. Bacharelado em História da Arte. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2024.
